O bom escoteiro retorna

Ele está de volta!

Eu voltei a ser criança novamente.

Por pouco mais de duas horas e meia eu voltei a ser aquela criança que jogava futebol na pracinha e corria para casa para assistir filmes na Sessão da Tarde.



Depois da enrolação de anos e anos, roteiro de Kevin Smith e o quase desastre de colocar Nicolas Cage em uma peruca, em algo dirigido por Tim Burton (que admitiu que iria fazer o filme para elevar seu status depois do fracasso de “Marte Ataca”), o Azulão está de volta em grande estilo, graças a Bryan Singer e o elenco reunido para “Superman Returns”.

Singer foi realmente feliz em sua escolha de manter a música-tema composta pelo maestro John Williams para o filme de 1978. Poucos personagens podem ser identificados por um tema, seja James Bond, Indiana Jones ou Shaft, mas o tema do Superman sempre me soou como a música de um verdadeiro super-herói, com as fanfarras dignas de uma comemoração de toda sua majestade. E quem entre todos os super-heróis pode se encaixar na definição de majestade a não ser o próprio Azulão?

Superman é um herói acima de todos. Ele é capaz de fatos extraordinários e Singer utiliza de toda a tecnologia disponível para demonstrar a capacidade máxima do Homem de Aço. Todos os poderes estão lá: visão telescópica, força, rapidez, vôo, visão de calor, visão raio-x e, inclusive, o famoso sopro ártico. Superman não é limitado por nada a não ser seu amor por Lois Lane, seu respeito por toda a humanidade e, é claro, a genialidade de Lex Luthor.

Kevin Spacey é o Lex Luthor que sempre esperávamos que ele fosse. Humor negro, planos mirabolantes e inteligência superior aos meros mortais. Brandon Routh faz um trabalho competente ao transformar Superman em uma versão adequada depois de quase vinte anos passados desde o último filme do Escoteiro a chegar aos cinemas. Kate Bosworth faz simplesmente uma cópia carbono de Margot Kidder (é a mesma Lois Lane do filme de Richard Donner, uma repórter famosa por ganhar um prêmio Pulitzer, mas que não consegue soletrar corretamente).

Enfim, “Superman Returns” entrega tudo o que prometia. Mostra a competência de Bryan Singer em colocar em prática um projeto que estava parado por mais de dez anos, reunindo seus colaboradores habituais para que eles trouxessem à tela a visão de um diretor que realmente conhece o personagem por quem todos nós nos apaixonamos um dia, em uma sala de cinema ou na televisão da sua própria casa. Decenautas podem respirar tranqüilos: o Azulão está em boas mãos. Mesmo eu, um Marvete de carteirinha, fiquei com um sorriso no rosto ao ouvir as fanfarras de John Williams nos minutos iniciais do filme.

E, graças a Deus, não existe uma aranha gigante no terceiro ato. ;)

Superman – O Retorno (Superman Returns, 2006, EUA), dir.: Bryan Singer – nos cinemas brasileiros em 14 de Julho.

– Texto escrito por Tooms