Filme de Demy abusa do irreal para satirizar história infantil
“Muito antes de ‘Shrek’ anarquizar o mundo dos contos de fadas com duas milionárias animações digitais, o diretor francês Jacques Demy (‘Os Guarda-Chuvas do Amor’) já havia subvertido o gênero literário com a adaptação da fábula ‘Pele de Asno’, de Charles Perrault. O filme foi lançado em 1970 e, no ano passado, voltou aos cinemas em cópia restaurada, em cartaz atualmente nas salas brasileiras. Revisitá-lo, nesta era em que praticamente tudo no cinema de fantasia é computação gráfica, é uma experiência de redescoberta, não apenas por se tratar de um trabalho famoso de um cineasta que marcou época, mas também por nos fazer relembrar que, há apenas algumas décadas de distância, a criatividade e a simplicidade eram essenciais para representar as intervenções mágicas que ocorrem ao longo dessas histórias. E Demy faz tudo com um delicioso humor negro, que certamente tornará a ida ao cinema mais prazerosa para os pais do que para suas crianças. Basta dizer que este é provavelmente o único conto de fadas do mundo a trazer, como mote, um incesto. (…)”
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Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.