Anos 80. Década maravilhosa que nos deu pérolas como “Supermáquina”, “Esquadrão Classe A” e “Magnum”. Estes ainda estão esperando uma adaptação decente para as telonas, o que infelizmente não é o mesmo caso de “Miami Vice”.
É muito óbvio que é um projeto originado do ego inflado de Jamie Foxx, pós-Oscar, até porque ele tenta de todas as maneiras transformar o seu personagem numa espécie de Shaft do novo milênio. É patético, além de ser insolente para o público. Ao tentar seguir a cartilha de Samuel L. Jackson, Foxx escorrega ao ponto da melhor cena de ação do filme ser protagonizada pelos coadjuvantes.
Mann é um cineasta talentoso, mas provavelmente vai viver sempre à sombra de sua obra-prima, “Fogo Contra Fogo”. Quem lembra vai notar que somente a cena do assalto ao banco naquele filme vale por dez “Miami Vice”.
Miami Vice (2006, EUA) Dir.: Michael Mann – nos cinemas brasileiros em 25 de agosto
Texto escrito por Tooms
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.