A personagem interpretada pela bela, talentosa e perfeitamente cheinha Anne Hathaway nada mais é do que uma versão remodelada de Cinderela. Assim como em tantos outros filmes com o mesmo roteiro (“Meninas Malvadas”, para citar um exemplo recente), ela passa por uma transformação para se tornar “alguém melhor”. O curioso é que, diferente de Cinderela, que não esquece de seus amigos ratos, nesses filmes a protagonista sempre acaba dando as costas para aqueles que gostavam dela antes. E “O Diabo Veste Prada” é basicamente isso: a história de uma garota que muda seu modo de viver para se adequar a um novo padrão que lhe garanta sucesso profissional, mesmo que sua vida pessoal tenha que ficar em segundo plano. O filme ensina sua lição e vai embora satisfeito. O espectador também, já que não há motivos para grandes irritações. Apesar de ser esquemático, tanto no roteiro quanto na direção, o longa conta com um bom ritmo e mais uma ótima performance de Meryl Streep (que aqui oferece uma atuação muito mais baseada em sutilezas de gestos e olhares). Um bom chick flick para levar a namorada, nada mais do que isso.
O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, 2006, EUA), dir.: David Frankel – nos cinemas