Partindo-se de uma idéia não muito original nos dias de hoje, mas bastante original na época que foi criada, de um artista de circo chamado Johnny Blaze, que vende a sua alma ao demônio em troca da saúde do seu pai prestes a morrer. Tendo a sua alma fundida com a alma de um outro demônio chamado Zarathos, Blaze agora tem que vagar pela Terra salvando inocentes que cruzam seu caminho, sendo conhecido como o Motoqueiro Fantasma.
Simples, não? Mas a adaptação para as telas prova o contrário.
Eu sou um Marvete. Sempre fui e sempre serei. Qualquer adaptação de um quadrinho da Marvel eu estou lá. Mas esse foi o fim da picada pra mim. Eu aguentei “Quarteto Fantástico”, “Blade Trinity” e “Elektra”. Mas aguentar Nicolas Cage emulando Elvis Presley, comendo jujubas vermelhas e amarelas num copo de martini em um filme que demorou dois anos pra sair da lata é demais pra mim.
Mark Steven Johnson, que já havia destruído a vida cinematográfica de um personagens mais queridos da Marvel Comics, o Demolidor, consegue a proeza de repetir a façanha duas vezes, acabando com a reputação do Motoqueiro Fantasma. E a culpa é dele, por ser o roteirista e diretor, e de Cage, que disse ser tão fã do personagem que tinha até mesmo uma tatuagem do mesmo nas costas. Não existe comentário ruim o suficiente para falar das “atuações” de Cage, Eva Mendes, Sam Elliot, Peter Fonda e Wes Bentley (que ainda consta para mim como uma escolha muito melhor para o Homem-Aranha do que Tobey Maguire).
E os efeitos especiais não são lá grande coisa. Fogo ainda é algo muito difícil de se renderizar em CGI, mas o que irrita é a artificialidade da textura dada aos ossos do personagem, que estão à mostra nos poucos minutos que o mesmo aparece em close durante o filme.
Marvetes como eu mantêm a esperança com uma boa promessa para o ano que vem: “Homem de Ferro”. Dirigido pelo competente Jon Favreau e contando com, até agora, três indicados ao Oscar e uma ganhadora, promete entregar aos fãs o que eles merecem, uma boa adaptação de um quadrinho da Marvel Comics.
Ah, e antes que eu me esqueça, sabe qual será o próximo projeto de Mark Steven Johnson? A adaptação de “Preacher” como um série para a HBO.