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Atirador

Filme de ação só funciona para mim de duas formas: precisa ter um um diretor competente o suficiente para me fazer engolir as cenas absurdas próprias do gênero; ou deve ter uma história bem arquitetada que compense aqueles exageros. “Atirador” se encaixa mais no segundo caso.

Adaptado por Jonathan Lemkin (“Advogado do Diabo”) do livro “Ponto de Impacto”, de Stephen Hunter, este é um daqueles filmes de conspiração que envolvem a Casa Branca. Uma tentativa de assassinato ao presidente dos EUA coloca um ex-atirador do exército (Mark Wahlberg) em fuga depois que os responsáveis pelo plano tentam incriminá-lo. A única ajuda que ele recebe é a de um oficial do FBI (Michael Peña) e da ex-noiva (a bela Kate Mara) de seu parceiro morto em missão. O protagonista não quer apenas provar sua inocência: ele precisa salvar a própria vida. Mais que isso, seu desejo de vingança só aumenta à medida em que ele vai descobrindo quem é quem no jogo em que o colocaram para servir de peão.

Seguindo sua merecida indicação ao Oscar por “Os Infiltrados”, Mark Wahlberg oferece mais uma ótima performance. Como herói de ação, ele se sai bem melhor aqui do que em “Uma Saída de Mestre” ou “Planeta dos Macacos”. Muito se deve à caracterização do personagem, um sujeito amargo e cínico, que conhece todos os pormenores de sua profissão.

O filme é bastante detalhista no que diz respeito às técnicas de tiro usadas pelo protagonista, o que acrescenta um grau de informação extra que enriquece o desenrolar da trama. Também colabora para isso os “dados secretos” fornecidos por personagens secundários, como o veterano que Wahlberg procura em certo ponto e que lhe confidencia o destino dos assassinos de JFK. Mesmo que saibamos que sua fala não é baseada em fato, como questiona um personagem, dentro do universo do filme ela faz perfeito sentido, ainda mais por se tratar de uma das mais famosas teorias conspiratórias da história.

“Atirador” também é um bom retorno de Antoine Fuqua, que demonstra ainda ter bala na agulha apesar de ainda carregar nas costas o peso do fracasso de “Rei Arthur”. Não é uma direção que mereça grandes elogios, mas é competente e equilibrada o bastante para conduzir às pouco mais de duas horas de filme sem torná-lo cansativo.

nota: 7/10 — vale o ingresso

Atirador (Shooter, 2007, EUA), dir.: Antoine Fuqua – em cartaz nos cinemas

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