A presença de Hilary Swank no elenco deveria ser indicação de qualidade, afinal trata-se de uma atriz vencedora (e merecedora) de dois Oscars. Ela não está mal no papel de uma “desvendadora de mitos” chamada para investigar o que acontece em uma pequena cidade onde mortes e estranhos eventos são atribuídos a uma garotinha (AnnaSophia Robb, que vem tentando desbancar Dakota Fanning do posto de atriz mirim loira do momento). Swank faz bem o seu trabalho, mas fica claro que é um filme que ela escolheu só para colocar dinheiro na conta – o que não é a primeira vez que faz (todos se lembram de “O Núcleo”, certo?). Atitude longe de ser condenável, pois podemos esperar que ela se redima em seus próximos projetos.
O elenco também conta com Stephen Rea, desperdiçado em um papel secundário de padre, e o canastríssimo David Morrissey, que um dia ainda vai interpretar uma versão mais jovem de Liam Neeson (na cinebiografia de Abraham Lincoln que Spielberg está preparando, quem sabe?).
Stephen Hopkins volta a ser medíocre na direção depois do ótimo “A Vida e a Morte de Peter Sellers”. Quando quer assustar, recorre ao velho clichê de chegar sorrateiramente por trás do espectador e dar um grito em seu ouvido. Além disso, nas seqüências de maior agitação ele põe a câmera tão perto dos atores que fica difícil identificar o que acontece na tela.
Escrito pelos incríveis gêmeos Chad e Carey Hayes – a antítese perfeita da máxima “duas cabeças pensam melhor do que uma” (eles fizeram “A Casa de Cera”, não preciso dizer mais nada) – “A Colheita do Mal” ainda tenta colocar mais um “filho de satã” à solta no mundo do cinema. E disso já bastam Damien e o bebê de Rosemary…