Logo na abertura, já se fala que o Destruidor foi derrotado em eventos anteriores. Porém, a ausência do inimigo principal das Tartarugas acaba sendo sentida, já que o vilão criado para o filme é fraquíssimo, tendo pouco a oferecer em termos de ameaça aos heróis. O verdadeiro conflito da trama está no relacionamento do quarteto réptil, principalmente entre Leonardo e Rafael, que protagonizam uma ótima seqüência de ação debaixo de chuva, notável tanto do ponto de vista dramático quanto técnico.
Aliás, se Munroe falha ao criar uma trama frágil – daquelas que envolvem um portal que é aberto de tantos em tantos mil anos e traz criaturas diabólicas e destruição para o planeta – o jovem cineasta compensa na direção das cenas de luta, criando até mesmo um bom plano-seqüência ao mostrar um confronto entre as Tartarugas e centenas de ninjas.
No geral, este retorno da franquia ao cinema entrega apenas o básico, com uma hora e meia de diversão moderada, mas garantida. Só não espere por um filme acima da média.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.