A verdade é que a idéia não teve nada a ver com a execução. Não existem oito pontos de vista diferentes. Existem oito pessoas que acabam se cruzando em certo ponto da história. Tudo poderia ter sido contido em uma história sólida, mas nós todos sabemos que não é assim que Hollywood funciona.
O que foi vendido como uma espécie de “Rashomon” mas não passa nem perto disso. Com um elenco composto por Dennis Quaid, Sigourney Weaver, William Hurt, Matthew Fox, Forest Whitaker, Edgar Ramirez e Eduardo Noriega, “Ponto de Vista” desperdiça o tempo do espectador e também sua paciência ao se utilizar do recurso da rebobinação das cenas ao mostrar as cenas relacionadas ao personagem que está presenciando. Por que não usar somente um fade in e começar tudo de novo? Seria bem menos irritante. Isso ainda tirando o fato que em certos casos o diretor nos trapaceia ao mostrar cenas que não envolvem os personagens que são o ponto de um dos “pontos de vista”.
Por que não se utilizar de uma história linear? Ou que tal utilizar o recurso de contar a história de trás pra frente como no magnífico “Amnésia”, de Christopher Nolan? Porque, na verdade, o enredo é totalmente banal, não merecendo nem mesmo ser um filme da Sessão da Tarde. A minha grande pergunta é: receberam todos esses grandes atores o roteiro errado ou todo mundo estava precisando pagar a hipoteca da casa?
direção: Pete Travis; com: Dennis Quaid, Matthew Fox, William Hurt, Forest Whitaker, Eduardo Noriega, Edgar Ramirez, Zoe Saldana, James LeGros, Bruce McGill; roteiro: Barry Levy; produção: Neal H. Moritz, Ricardo Del Río, Tania Landau; fotografia: Amir Mokri; montagem: Stuart Baird, Sigvaldi J. Kárason, Valdís Oskarsdóttis; música: Atli Örvarsson; estúdio: Columbia Pictures, Original Films; distribuição: Sony Pictures. 90 min