Control

Control

– É um retrato bastante melancólico de um jovem que mesmo conquistando a fama, formando família e ainda tendo o amor de uma segunda mulher, entrou em uma fase depressiva crônica. Um personagem trágico, sem dúvidas.

– O ator principal está muito bem. Acho que ele não ri em nenhum momento. De certa forma vi nele um pouco de Renato Russo: um poeta e um letrista muito talentoso, com uma inquietação imensa, e um descontentamento, como se a vida não fosse suficiente para ele. Ele quer algo mais, uma experiência transcedental ou algo assim.



– A direção é magnífica. O filme possui uma beleza estética em cada tomada, que são tão bem compostas e iluminadas, que é praticamente como se fossem fotografias vivas (não é para menos, uma vez que o diretor é um fotógrafo). Isso se reflete também na escolha dos planos, a maior parte deles fixos e duradouros. Mesmo nos diálogos ele evita a receita do campo/contracampo e coloca os personagens conversando num mesmo plano único.

– O medo é um tema principal no filme. É um medo do futuro, do que estar por vir. Um medo que é sentido pelos jovens, particularmente nesse início de década de 80, que teve uma geração de “jovens perdidos”, desencantados, desiludidos, sem uma causa, diferente dos jovens dos anos 70 e 60. Não só Ian demonstra sentir esse medo misturado com dúvida, como também Annik, sua amante, que confessa que tem medo de se apaixonar por ele.

– Samantha Morton overacting at the end.