Um filme lento e reflexivo, com planos longos e fixos. O diretor Conrad Clark é britânico, mas com esse estilo de filmar mais parece fazer cinema asiático. Não é gratuito: ele passou um bom tempo na China estudando para realizar este seu primeiro longa, que tem como protagonista um jovem operário com a difícil tarefa de entregar o corpo de um colega, morto em serviço, à família. O problema é que os supostos parentes do defunto não o reconhecem, o que dá início a uma longa jornada para seu guardião.
O filme funciona como um estudo de personagem, sobre esse homem desiludido e subordinado. Funciona também como um road-movie, no qual a viagem do protagonista representa também um luto prolongado de sua própria vida.
Bela fotografia e boa mão de Clark na direção fazem de “Destino Traçado” um filme bom de ser contemplado. Infelizmente, a imersão no drama do personagem não é tão proveitosa, já que nem mesmo o diretor-roteirista parece conseguir entender bem a dor da alma de seu personagem, tamanha a sua introspecção.
Outro problema é a trilha sonora, que oscila muito, sendo melhor quando se aquieta e não utiliza recursos eletrônicos de percussão.
nota: 6/10 — veja sem pressa
Destino Traçado (Soul Carriage, 2006, China/Reino Unido)
direção: Conrad Clark; com: Jiao Ying Chen, Hong Jia, Feng Jun Yang; roteiro: Conrad Clark (baseado em um argumento de Saleh Karama); produção: Wendy Kuan; fotografia: Wu Qiao; montagem: Rudi Fieldgrass; música: Zi Sheng, Yang Zhang; estúdio: Practice Production. 88 min
direção: Conrad Clark; com: Jiao Ying Chen, Hong Jia, Feng Jun Yang; roteiro: Conrad Clark (baseado em um argumento de Saleh Karama); produção: Wendy Kuan; fotografia: Wu Qiao; montagem: Rudi Fieldgrass; música: Zi Sheng, Yang Zhang; estúdio: Practice Production. 88 min