Em “FIX”, apresentado no Indie 2008, o diretor Tao Ruspoli (que, não por coincidência, veio do documentário) adota a câmera na mão e se coloca como personagem para narrar uma aventura, aparentemente semibiográfica, de um casal (a atriz Olivia Wilde é sua esposa) que tem viajar às pressas para levar o irmão dele até uma clínica de reabilitação. No trajeto, eles precisam juntar dinheiro para que o rapaz pague sua internação. Caso contrário, ele voltará para a prisão.
O diretor, como praticamente todo cineasta independente, realmente não tem grana. Talento para filmar é um quesito impossível de se parametrizar, já que este é seu primeiro longa ficcional e a câmera tremida é uma desculpa válida. Mas quanto à narrativa, não há escapatória quando o tédio se instaura.
O filme pretende ser uma comédia enquanto os personagens passam por vários lugares e encontram tipos estranhos. Mas são poucos os momentos em que os atores conseguem ser espontâneos, como deveriam ser dentro do estilo de filme proposto, e extrair humor daí. A não ser por Shawn Andrews (você se lembra dele como o Kevin de “Jovens, Loucos e Rebeldes”?), que interpreta o irmão viciado, o restante do elenco parece se esforçar muito para parecer natural diante da câmera (um exemplo constrangedor é o “boxeador” que vive em uma mansão).
Mas o que mais irrita em “FIX” é sua tentativa de fazer algum tipo de colocação séria sobre o vício e o tráfico de drogas, como se o filme tivesse que cumprir alguma função social. Não se questiona que são problemas sérios, e a relação dos dois irmãos até soa convincente no que diz respeito à preocupação que um demonstra pelo outro.
direção: Tao Ruspoli; com: Shawn Andrews, Olivia Wilde, Megalyn Echikunwoke, Tao Ruspoli, Dedee Pfeiffer; roteiro: Jeremy Fels; produção: Nat Dinga; fotografia: Christopher Gallo, Tao Ruspoli; montagem: Paul Forte; música: Isaac Sprintis; estúdio: LAFCO, Mangusta Productions. 95 min