Uma Vida Sem Regras (Como Ser)

Parece que a praga do filme americano independente sobre personagens disfuncionais chegou ao Reino Unido.

No que soa como uma mistura mal dosada de Wes Anderson com Jared Hess (“Napoleon Dynamite”, “Nacho Libre”), o cineasta britânico estreante Oliver Irving faz em “Uma Vida Sem Regras” (exibido com o título “Como Ser” no INDIE 2008) um filme que pretende buscar o riso não convencional, mas que se torna chato e sem graça. Isso porque o diretor perde totalmente o timing das cenas, prolongando planos que se tornam ridicularmente previsíveis.



Um exemplo notável é a cena em que o protagonista – um músico frustrado numa crise existencial aos 25 anos, interpretado por Robert Pattinson – se queixa da vida com um amigo e este, para interrompê-lo, executa uma batida eletrônica no computador toda vez que o rapaz começa a falar. Desde o início, você é capaz de prever o humor rasteiro que o diretor executa através da repetição (o que também se aplica às aparições repentinas do tal guru que o garoto contrata para “guiá-lo”).

Num outro momento, o personagem principal caça briga num bar com o cara que está saindo com sua ex-namorada. Após o vexame dado, Irving faz um close-up de Pattinson e você não sabe se fica constrangido pela situação ou pela tentativa tacanha do diretor de “capturar o drama” do personagem, já que encara o rosto do ator por quase dois minutos (nem deve chegar a tanto, mas é a sensação que se tem).

“Como Ser” também satiriza o universo dos livros de auto-ajuda. Mas talvez o mais indicado a Irving fosse algum volume da série “…for Dummies”.

nota: 3/10 — não se culpe por não ver

Uma Vida Sem Regras (How to Be, 2008, Reino Unido)
direção: Oliver Irving; com: Robert Pattinson, Rebecca Pidgeon, Jeremy Hardy, Powell Jones, Mike Pearce, Johnny White, Michael Irving, Alisa Arnah; roteiro: Oliver Irving; produção: Justin Kelly; fotografia: Paul Swann; montagem: Reuben Irving; música: Joe Hastings; estúdio: How To Be Films. 85 min