O melhor do humor desta vez não fica a cargo dos pingüins que, aliás, não conseguem chegar ao destino programado e acabam pousando a aeronave em plena selva africana. É de se esperar, já que construir um avião com destroços e materiais encontrados na mata já é o bastante. Não dá para exigir que os bichinhos também tivessem extraído dali combustível suficiente para voar até Manhattan.
É no novo lar dos quatro e inseparáveis amigos que Melman e Glória roubam a cena, protagonizando as melhores cenas do filme. Entre elas, depois de decidir que chegou o momento de começar a namorar, a hipopótamo marca um encontro com o macho mais “bombado” do bando, um tipo musculoso e acerebrado, cheio de cantadas prontas e truques na manga.
É exatamente graças ao humor que o roteirista Etan Cohen (“Idiocracy”, “Trovão Tropical”) fez com que algo raro no cinema acontecesse: o segundo filme superar o primeiro. Algumas piadas são voltadas para os baixinhos, outras buscam agradar os adultos que os acompanham. Esses momentos são bem fáceis de distinguir, mas não fazem com que “Madagascar 2” perca pontos na apreciação de nenhum dos dois públicos.
A maior falha do filme está na relação de Alex com os pais que ele descobre ter quando desembarca na África. Tudo flui muito rápido e simplório para uma família que acabou de se reencontrar depois de anos separados. Mas, para a sorte dos fãs de animação, tanto crianças quanto adultos, isso não chega a prejudicar muito a história, já que todo o resto compensa o pequeno deslize.
direção: Eric Darnell, Tom McGrath; com vozes de: Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer, Jada Pinkett Smith, Sacha Baron Cohen, Cedric the Entertainer, Andy Richter, Bernie Mac, Alec Baldwin, Will i Am; roteiro: Etan Cohen; produção: Mireille Soria, Mark Swift; montagem: Mark A. Hester; música: Hans Zimmer; estúdio: DreamWorks Animation, PDI; distribuição: Paramount Pictures. 89 min