O casal se separa depois que ela é estuprada em sua cidade natal no Rio Grande do Sul. Miguel viaja para o Rio de Janeiro depois de combinar um plano de vingança com o irmão e o pai de sua companheira, que identificaram o autor do ataque. No entanto, ao se aproximar da irmã do estuprador para chegar até ele, o rapaz acaba vivendo uma aventura amorosa e reconsidera suas opções. Afinal, será que manchar as mãos com sangue vai trazer de volta a vida que ele tinha ao lado da noiva?
Se não fosse tão arrastado, totalizando quase duas horas de duração, “Vingança” poderia ter sido um bom filme. No entanto, o diretor e roteirista Paulo Pons valoriza demais a interação entre Miguel e Carol, vivida por Branca Messina, de “Não Por Acaso”. Ele acaba dando muita corda para uma trama novelesca e, quando o suspense surge, vai embora rápido demais.
De um modo geral, “Vingança” é um filme bem feito, com boa fotografia e uma trilha sonora toda especial, composta pelo ex-Legião Urbana Dado Villa-Lobos. Só é uma pena que Paulo Pons seja tão correto na direção e no roteiro. É válida sua tentativa de tentar subverter o gênero dos filmes de vingança. Mas ele acaba ficando apenas na boa intenção.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.