No fim da tarde, assisti a um ótimo filme do diretor homenageado, José Eduardo Belmonte, “Subterrâneos” (crítica em breve). Sessão praticamente lotada. As pessoas estavam chegando. Tudo indicava que o público estava chegando aos poucos a Tiradentes. Acabada a sessão – que teve início por volta das 18h – meu estômago já dava sinal de vida. Mesmo vendo que algumas pessoas não abandonariam a sala, já na espera para o próximo filme (“A Festa da Menina Morta”), deixei a sala. Logo que sai da sessão me deparei com uma fila tão grande que só depois de seguir por algum tempo avistei seu final. A sala, com capacidade para 600 pessoas, abrigaria todos aqueles que já estavam na fila, mesmo assim era muita gente. Achei melhor esquecer a fome e encarar.
Tudo que pensei no início foi completamente o oposto do que aconteceu com a cidade nesse segundo dia de mostra. O Cine Tenda ficou pequeno para a quantidade de turistas que Tiradentes recebeu. No fim de “Subterrâneos”, mais pessoas do que eu imaginava optaram por ficar dentro da sala. Como resultado, mais da metade dos que estavam na fila, incluindo eu, não conseguiram entrar para ver o filme.
Agora não tinha mais o que fazer, poderia ir assistir ao filme dos Titãs no Cine Praça, mas faltava pouco menos de uma hora para o início. Era a hora de fazer uma pausa e comer algo, certo? Errado! Quando me encaminhava para a lanchonete da tenda vi Murilo Grossi (protagonista de “Subterrâneos”) ao lado da atriz Rosanne Mulholland e algumas pessoas que eu desconhecia. Tinha algumas curiosidades sobre o filme… Talvez essa pudesse ser uma boa oportunidade para uma entrevista. E era. Depois de uma conversa rápida, os amigos do ator já tinham partido para o restaurante onde iriam jantar. Resolvi terminar nossa entrevista e ir para a praça. Carros, pessoas, mesas, cadeiras e muito estrume disputavam cada espaço do Centro de Tiradentes. Quando cheguei ao local de exibição de “Titãs – A Vida Até Parece uma Festa” (crítica em breve também) todos os assentos estavam ocupados, algumas pessoas já buscavam lugar na grama, outras de pé. Sentei-me na mureta de um canteiro, assisti ao filme (com um galho de árvore na minha frente tampando uma parte da tela) e ao mesmo tempo matei a bendita fome.
Não duvido que “A Festa da Menina Morta” seja um filme melhor, mas ver uma sessão de cinema com pessoas sentadas nos capôs dos carros, em cima das árvores, nas mesas dos bares… Todos acompanhando um documentário foi uma experiência diferente. Gente dançando, gente cantando, gente bebendo. Tudo combinando perfeitamente com o espírito da banda. No fim, aquilo me pareceu mais um show do que uma projeção cinematográfica. Ainda bem, porque, enquanto documentário, “Titãs – A Vida Até Parece uma Festa” deixa muito a desejar, mas quando o assunto é a música sou fã do grupo. E música é o não que falta no filme.