Foi uma coletiva bem organizada (sem fotógrafos!) e relativamente rápida, algo em torno de 40 minutos, e de conteúdo razoável. Algumas perguntas renderam longas respostas de Cruise – não necessariamente boas, mas válidas para quem precisa de aspas para matéria de jornal – outras beiraram o ridículo, como esperado nesses eventos grandiosos, dos credenciados por parte de veículos popularescos.
Houve pelo menos um momento muito constrangedor, quando um fã disfarçado de jornalista conseguiu acesso ao disputado microfone para perguntar se podia tirar uma foto com Cruise para mostrar ao sobrinho dele. Tá bom. Sobrinho, sei. Para piorar, uma outra jornalista – essa parecia jornalista mesmo! – invadiu a faixa de segurança para tirar foto também. Um segurança teve que se prontificar para evitar novas invasões, mas Cruise parece não ter se importado com os atrevimentos. Deve ter é gostado, porque no fim rende fofoca e publicidade. (Raquel, que veio comigo ajudar na operação da câmera – sim, nós filmamos tudo! – reclama desse meu último comentário. Mas não vale, pois ela é defensora ardorosa do indivíduo e está deixando o lado passional falar mais alto que o profissional. Humpf.)
Infelizmente, não consegui o direito ao microfone para fazer minha pergunta. Uma frustração, mas tudo bem. Já era esperado que veículos impressos e redes de TV (e conhecidos do mediador da entrevista) tivessem preferência. Infelizmente, os websites ainda são vistos com preconceito, apesar de muitos darem uma exposição bem maior para um filme ou artista do que um veículo impresso de média circulação. Apesar de eu ter passado 40 minutos com a mão levantada para tentar fazer uma pergunta sobre cinema (e outros colegas que trabalham em sites também), aqueles que queriam perguntar “Do que você gostou mais no Brasil?” foram mais bem sucedidos.
Relato aqui apenas algumas impressões sobre a entrevista, já que nos próximos dias editarei a matéria completa – em vídeo! Não percam. Agora vou dar uma passeada pelo Rio, porque ninguém é de ferro.
P.S.: Acabou que o filme virou um detalhe nessa passagem do Cruise pelo Brasil. Pois bem, vai uma notapé: gostei de “Operação Valquíria” mais do que esperava. Talvez seja o filme menos inspirado do Bryan Singer, mas ainda assim ele se sai bem na construção do suspense nas principais cenas, e continua compondo belas tomadas. O conjunto é que não convence tanto. É um filme sobre um episódio curioso da Segunda Guerra, um filme sobre falhas. É um thriller bom, nada mais do que issso. Mais a respeito na crítica que está por vir. Agora, sim, o Rio!