Claire, por sinal, se envolve com um de seus pacientes, Eric (Patrick Wilson). A psicóloga não se mostra capaz de disfarçar seus problemas pessoais diante dele e é mais “analisada” por ele do que o contrário – além de ter seu comportamento pessoal influenciado pelas conversas dos dois (são conversas porque ele se nega a ser um paciente). A moça é PHD em psicologia com muito estudo e pouca prática na bagagem. O que acaba por dificultar que Hathaway convença no papel. Sua “carinha de menina” contribui para isso. Mas sua atuação é aceitável, embora ruim se comparada a “O Casamento de Rachel”.
Em alguns momentos pode até parecer, mas não se engane: não tem nada de “Premonição” em “Passageiros”. Pelo contrário, o filme até chega a lembrar outros longas de suspense (não vou citá-los aqui para que ninguém me acuse de “contar” o final), mas todos eles com qualidade superior.
Com direção de Rodrigo García, filho do famoso escritor Gabriel García Márquez, “Passageiros” não emplacou nas telas de cinema dos EUA e não está se saindo bem aqui também. O roteiro de Ronnie Christensen é leve e em alguns momentos exagera ao simplificar demais – algumas questões não são bem esclarecidas. Mas é um filme envolvente e que conta com um final que o desvia do curso que parecia que iria tomar, podendo tanto agradar quanto decepcionar. Algumas pistas desconectadas são espalhadas ao longo do longa, levando ao desfecho – mais improvável do que original.
direção: Rodrigo García; roteiro: Ronnie Christensen; fotografia: Igor Jadue-Lillo; montagem: Thom Noble; música: Ed Shearmur; produção: Joseph Drake, Nathan Kahane, Julie Lynn, Judd Payne, Matthew Rhodes, Keri Selig; com: Anne Hathaway, Patrick Wilson, Andre Braugher, Dianne Wiest, David Morse, William B. Davis, Ryan Robbins, Clea DuVall; estúdio: Persistent Entertainment, Senator International; distribuição: Imagem Filmes. 93 min