A trama gira em torno de Will Hayes (Reynolds), homem que durante seu processo de divórcio resolve contar para sua filha (Abigail) a história de seus relacionamentos afetivos. Durante a narrativa ele se envolve com três mulheres, mas não revela a filha seus nomes verdadeiros nem qual delas é a mãe da menina. Ao longo da história, filha e pai se envolvem, passam a compartilhar um segredo e a ver algumas questões com outros olhos. Ela conhece o passado de seu progenitor e começa a aceitar melhor o divórcio dos pais à medida que vai compreendendo as emoções dele. Ele, por outro lado, revê sua vida e desperta alguns sentimentos adormecidos.
No início, uma fala do protagonista nos leva a crer que não somente o filme, mas também a vida da personagem terá uma trilha sonora. Mas isso não acontece. Apenas em dois momentos a música está presente na vida de Will. Um deles é quando seu relacionamento com Summer (Weisz) é mostrado em flashes enquanto ela canta para ele. O outro se passa na cena mais inverossímil do longa, quando Will diz não fazer ideia de quem é Kurt Cobain ou a banda Nirvana. Um jovem americano, recém-formado, no início da década de 90 que não conhece o maior sucesso de uma das maiores bandas de rock da história? Mais impossível que isso só a personagem de Alice Braga em “Eu Sou a Lenda” que não sabia quem era Bob Marley.
Mesmo assim, as falhas são pequenas e não comprometem o contexto. “Três Vezes Amor” é um filme correto. Consegue engatar algumas surpresas, tem piadas que funcionam bem e, principalmente, um roteiro que não abusa dos clichês e da pieguice, nem menospreza a inteligência dos espectadores.
direção: Adam Brooks; roteiro: Adam Brooks; fotografia: Florian Ballhaus; montagem: Peter Teschner; música: Clint Mansell; produção: Tim Bevan, Eric Fellner; com: Ryan Reynolds, Elizabeth Banks, Derek Luke, Isla Fisher, Kevin Kline, Rachel Weisz; estúdio: Universal Pictures, Ringerike Erste Filmproduktion, Studio Canal, Working Title Films; distribuição: Universal Pictures. 112 min