É um filme bem decente, que não soa como uma comédia romântica padrão na maior parte do tempo. Mas o diretor e roteirista Peter Hedges (do ótimo “Do Jeito que Ela é”, aquele com a Katie Holmes de cabelo vermelho) não consegue fugir de algumas convenções do gênero, o que estraga um pouco a experiência. A própria premissa do personagem de Carell se apaixonar pela futura cunhada (Juliette Binoche, ainda um chuchu) é bem manjada No fim, o roteiro ainda tenta amarrar todas as pontas, mas acaba soando forçado além do aceitável quando chega naquela cena do boliche.
Apesar desses problemas de escrita, o longa tem uma direção bem segura, com uma câmera mais natural, seguindo um pouco o que Hedges fez em “Do Jeito que Ela é”. A trilha sonora é ótima e uma cena em particular, com Carell ao violão, ao lado de Dane Cook, cantando “Let My Love Open The Door”, do Pete Townsend, é espirituosa e sintetiza tudo que há de melhor no longa.
direção: Peter Hedges; roteiro: Peter Hedges, Pierce Gardner; fotografia: Lawrence Sher; montagem: Sarah Flack; música: Sondre Lerche; produção: Brad Epstein, Jonathan Shestack; com: Steve Carell, Juliette Binoche, Dane Cook, Alison Pill, Brittany Robertson, Marlene Lawston, Dianne Wiest, John Mahoney, Amy Ryan, Jessica Hecht, Emily Blunt; estúdio: Touchstone Pictures, Focus Features; distribuição: Europa Filmes. 98 min
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.