Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada

Só há pouco tempo é que vi este simpático filme estrelado por Steve Carell, ator por quem eu passei a nutrir admiração desde aquela participação em “Todo Poderoso”, como apresentador de jornal adversário de Jim Carrey. Mas de uns tempos para cá, não sei se por falta de tino na escolha dos projetos ou se pela grande quantidade deles, o comediante deu uma caída. Porém, ele se recupera neste “Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada” (titulozinho safado encontrado pela distribuidora em substituição ao original, “Dan in Real Life” – que não é dos mais inspirados também).

É um filme bem decente, que não soa como uma comédia romântica padrão na maior parte do tempo. Mas o diretor e roteirista Peter Hedges (do ótimo “Do Jeito que Ela é”, aquele com a Katie Holmes de cabelo vermelho) não consegue fugir de algumas convenções do gênero, o que estraga um pouco a experiência. A própria premissa do personagem de Carell se apaixonar pela futura cunhada (Juliette Binoche, ainda um chuchu) é bem manjada No fim, o roteiro ainda tenta amarrar todas as pontas, mas acaba soando forçado além do aceitável quando chega naquela cena do boliche.



Apesar desses problemas de escrita, o longa tem uma direção bem segura, com uma câmera mais natural, seguindo um pouco o que Hedges fez em “Do Jeito que Ela é”. A trilha sonora é ótima e uma cena em particular, com Carell ao violão, ao lado de Dane Cook, cantando “Let My Love Open The Door”, do Pete Townsend, é espirituosa e sintetiza tudo que há de melhor no longa.

nota: 6/10 — vale a locação

Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (Dan in Real Life, 2007, EUA)
direção: Peter Hedges; roteiro: Peter Hedges, Pierce Gardner; fotografia: Lawrence Sher; montagem: Sarah Flack; música: Sondre Lerche; produção: Brad Epstein, Jonathan Shestack; com: Steve Carell, Juliette Binoche, Dane Cook, Alison Pill, Brittany Robertson, Marlene Lawston, Dianne Wiest, John Mahoney, Amy Ryan, Jessica Hecht, Emily Blunt; estúdio: Touchstone Pictures, Focus Features; distribuição: Europa Filmes. 98 min