Cada um dos vídeos citados acima marcou minha infância de alguma forma. Meus pais contam que eu morria de medo, de chorar até, quando Michael Jackson virava lobisomem em “Thriller”. Eu era muito pequeno e não me lembro, mas algo que guardo na memória até hoje é a noite em que a Globo exibiu “Black or White” no Fantástico, versão integral, e reprisando o clipe no fim do programa.
De qualquer forma, é “Moonwalker”, o filme, que mais está preso em meu imaginário. Abaixo, um trecho (pirateado por alguém, não sei até quando vão deixar no ar) que traz Michael Jackson fugindo de bonecos em animação stop-motion entre os galpões de um estúdio. Um nonsense só e era uma das partes que eu mais curtia ver.
Em seguida, outro trecho (dividido em duas partes), que além de trazer a famosa sequência com a música “Smooth Criminal” (dirigida por Colin Chilvers, que hoje é consultor de efeitos visuais, tendo trabalhado em “Superman – O Filme”, “X-Men”, “A Noiva de Chucky” e “Mandando Bala”), resume bem o estilo kitsch oitentista: da transformação em “Super-Máquina”, à moedinha atirada na jukebox, chegando ao clássico robô.
“Moonwalker” pode ser brega pra caramba em toda sua auto-promoção, mas, perto do que artistas musicais de hoje em dia fazem no cinema, é algo notável e de uma imaginação inegável. Se antes da morte de Michael Jackson essas imagens já guardavam algo especial, agora ganham um brilho diferente. Está aí nossa homenagem.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.