– A integridade depois de perdida jamais é recuperada. Como um corpo esquartejado, que não terá seus membros nunca repostos.
– Depois da merda, filme continua por mais alguns minutos. A vida continua, o policial levará aquilo para casa, terá que conviver com aquilo que testemunhou.
– Filme preto.
– Jornada ao desconhecido. Sensação de pegar ônibus errado e não saber para onde está indo.
– Mendoza leva você junto e não tem como você fugir. A lógica da filmagem não permite que um corte te leve a outro lugar ou outro tempo. Você é obrigado a ficar ali com aquelas pessoas até tudo acabar. Não há escapatória.
– Policiais muito jovens, parecem alunos de colegial.
– Câmera transeunte, nas ruas, observando. No carro, é realmente mais um passageiro ali dentro. O diretor (você) está na ação.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.