O filme dos irmãos Hughes sofre de um problema de cadência, problemas de continuidade sérios e também de lógica; e poderia certamente ter contado com uma edição mais enxuta que retiraria no mínimo 20 minutos de sua duração. Os cenários de um mundo devastado deixam claro a sua origem proveniente das telas verdes dos efeitos especiais modernos. E mesmo as cenas das lutas entre Eli e vários vilões são tão coreografadas que acabam por deixar de ser tão impressionantes quanto deveriam ser. Afinal de contas não é todo o dia que vemos um ganhador de dois Oscar de 55 anos de idade tentando emular um certo samurai que já passou pelas telas 27 vezes.
Contando com alguns momentos inspirados, mas somente isso, “O Livro de Eli” é aquele tipo de diversão escapista que não necessita de inspiração nem ambição para acontecer. Foi um daqueles roteiros que caíram na mesa de algum produtor, que leu e achou legal. Ou então Denzel Washington estava precisando pagar o aluguel. Quem sabe? Ou então, quem se importa?
direção: Albert Hughes, Allen Hughes; roteiro: Gary Whitta; fotografia: Don Burgess; montagem: Cindy Mollo; música: Atticus Ross, Leopold Ross, Claudia Sarne; produção: Broderick Johnson, Andrew A. Kosove, Joel Silver, David Valdes, Denzel Washington; com: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Michael Gambon, Tom Waits; estúdio: Alcon Entertainment, Silver Pictures; distribuição: Warner Bros. 118 min