A lista compreende desde diretores de renome mundial a jovens cineastas que causaram boa impressão em seus primeiros filmes.
Duas observações: a relação não leva em conta filmes já exibidos em festivais ou lançados fora do país – são apenas filmes inéditos, que ninguém viu (são promessas afinal); incluí o maior número de cineatas brasileiros que consegui pesquisar, mas há inevitáveis ausências que certamente marcarão presença ou aparecerão de surpresa nos festivais ao longo do ano.
Alexander Payne, “The Descendants” Primeiro longa de Payne desde “Sideways”, de 2004, e, claro, já tido como candidato ao Oscar 2012.
Alexander Sokurov, “Fausto” Sokurov afirma que esta adaptação da lenda alemã fará companhia a “O Sol”, “Moloch” e “Taurus”. Iniciamente, seria lançado ano passado.
André Téchiné, “Impardonnables” O último filme de Téchiné, “La fille du RER”, de 2009, não chegou ao Brasil e teve recepção morna lá fora. Melhor sorte para o novo trabalho deste grande realizador francês.
Andrew Niccol, “Now” Um thriller futurista sobre envelhecimento. Já vimos algo parecido em “Os Substitutos”, mas Niccol não é cineasta para ser subestimado.
Béla Tarr, “The Turin Horse” Segundo o cineasta, será o último filme de sua carreira.
Beto Brant, “Eu Receberia As Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios” Novamente com co-direção de Renato Ciasca (“Cão Sem Dono”) e novamente trabalhando com texto de Marçal Aquino, Brant dirige Camila Pitanga e Gustavo Machado em um romance que “investiga a natureza subversiva do amor”.
Breno Silveira, “Beira do Caminho” Depois do muito bom “2 Filhos de Francisco” e do mediano “Era Uma Vez…”, Breno Silveira conta a história de um caminhoneiro em um road movie embalado por músicas de Roberto Carlos. Com João Miguel e Dira Paes.
Bruno Dumont, “L’empire” Novo trabalho do cultuado e premiado diretor de “O Pecado de Hadewijch” e “Flandres”.
Cameron Crowe, “We Bought a Zoo” O retorno de Cameron Crowe após um hiato de seis anos sem rodar um filme. Só podemos torcer para que ele tenha se recuperado de “Elizabethtown”.
Cao Hamburger, “Xingu” Novo filme de Hamburger após o elogiado “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, com João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat.
Carlos Reygadas, “Post Tenebras Lux” Primeiro longa de Reygadas desde “Luz Silenciosa”, de 2007.
Cláudio Assis, “Febre do Rato” Sempre polêmico, agora desde as filmagens, Assis (“Amarelo Manga”, “Baixio das Bestas”) provavelmente surgirá com seu terceiro longa em algum festival este ano.
David Cronenberg, “A Dangerous Method” e “Cosmopolis“. No primeiro, Viggo Mortensen e Michael Fassbender interpretam Sigmund Freud e Carl Jung, numa análise íntima do nascimento da psquiatria moderna. Material que pode levar Cronenberg ao Oscar, hein? Keira Knightley também está no elenco. No segundo filme, que talvez fique para o ano que vem, Robert Pattinson será perseguido por Paul Giamatti, entre outros, num suspense que deve seguir mais de perto a tradição da carreira de Cronenberg.
David Fincher, “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” Fincher de volta ao gênero policial, e mais badalado que nunca após “A Rede Social”.
David Gordon Green, “Your Highness” e “The Sitter” Green gostou mesmo de fazer comédias após “Segurando as Pontas”. “Your Highness” está na lata já há algum tempo e é uma comédia “medieval”, com Danny McBride, James Franco, Natalie Portman e Zooey Deschanel. “The Sitter” ainda está sendo rodado.
Francis Ford Coppola, “Twixt Now and Sunrise” Terceiro filme da nova fase da carreira de Coppola, iniciada pelo esquisito “Youth Without Youth” (ainda inédito no Brasil) e seguida com “Tetro”, este um trabalho mais bem recebido e mais palatável. O novo filme é descrito como um conto de horror à la Edgar Allan Poe. Val Kilmer, Elle Fanning e Bruce Dern no elenco. Será bom ver o velho Coppola voltar a “tocar o terror” depois de tanto tempo.
George Clooney, “The Ides of March” Drama sobre os bastidores da política americana. Clooney na direção e no elenco, acompanhado por Ryan Gosling, Paul Giamatti, Philip Seymour Hoffman, Jeffrey Wright, Marisa Tomei e Evan Rachel Wood.
Gus Van Sant, “Restless” Mais um filme “tradicional” de Van Sant ou outra viagem autoral? Mia Wasikowska é a protagonista, com Henry Hopper (filho do Dennis Hooper) co-estrelando.
Hirokazu Koreeda, “Miracle” Do diretor de “Ninguém Pode Saber”.
J.J. Abrams, “Super 8” Abrams diz que é uma homenagem aos filmes de Steven Spielberg dos anos 80. Muito mistério ainda cerca o projeto, mas, mesmo que seja um filme bem menor que “Star Trek” ou “Missão: Impossível 3”, possivelmente tomará proporções de blockbuster quando chegar às telas.
Jason Reitman, “Young Adult” O queridinho da Academia novamente conta uma história de jovens adultos em crise. Com Charlize Theron e Patrick Wilson.
Jean-Pierre e Luc Dardenne, “Set Me Free” Primeiro filme dos irmãos Dardenne desde “O Silêncio de Lorna”, de 2008. Com Cécile de France e Jérémie Renier.
Jim Sheridan, “Dream House” Sheridan deve um filme bom desde “Terra de Sonhos”. Torcida para que ele reencontre um melhor caminho, embora o temor de um novo fracasso seja maior.
Jodie Foster, “Um Novo Despertar” Retorno de Jodie Foster à direção após 16 anos. Com ela, Mel Gibson e Jennifer Lawrence no elenco.
Jon Favreau, “Cowboys & Aliens” Se em “Homem de Ferro 2” Favreau sofreu com intereferência de produtores, mas ainda assim fez um ótimo filme, o que será que aprontou com este nova adaptação de HQ? Com Daniel Craig, Harrison Ford, Sam Rockwell, Paul Dano e Olivia Wilde.
José Eduardo Belmonte, “Billi Pig” Quinto longa de Belmonte, um dos melhores cineastas brasileiros contemporâneos. Promete ser uma mudança em tanto na carreira, já que será uma comédia de ação estrelada por Selton Mello e Grazi Massafera. Previsto para janeiro de 2012, mas já vamos jogar aqui pois pode entrar em algum festival antes.
José Henrique Fonseca, “Heleno” Segundo longa do diretor de “O Homem do Ano”, de 2003. Desde então, Fonseca realizou a série de TV “Mandrake”. Com Rodrigo Santoro, ele contará a história do jogador de futebol Heleno de Freitas, ídolo no Botafogo.
Juan Antonio Bayona, “The Impossible” Um “filme-desastre” do diretor de “O Orfanato”. Com Ewan McGregor e Naomi Watts. O filme gira em torno da tsunami que devastou a Tailândia em 2004. Clint Eastwood estabeleceu um novo padrão com a abertura de “Além da Vida”, mas o retrospecto de Bayona conta a seu favor.
Karim Aïnouz, “Olhos nos Olhos” Depois de “O Céu de Suely”, Aïnouz acompanha 24 horas da vida de uma mulher que descobre que será abandonada pelo marido. Baseado na música de Chico Buarque. Com Alessandra Negrini.
Kleber Mendonça Filho, “O Som ao Redor” Primeiro longa-metragem de ficção do crítico de cinema e premiado curta-metragista KMF.
Lars von Trier, “Melancholia” Um filme-desastre por Lars von Trier. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Charlotte Rampling, John Hurt, Stellan Skarsgård e Udo Kier.
Luiz Bolognesi, “Lutas” Estreia de Bolognesi (roteirista de “As Melhores Coisas do Mundo” e “Chega de Saudade”, “Bicho de 7 Cabeças”, entre outros) na direção solo de longa. E com uma animação.
Manoel de Oliveira, “A Igreja do Diabo” Um novo filme do incansável Manoel de Oliveira é sempre bem-vindo.
Marcelo Gomes, “Era Uma Vez Verônica” O diretor de “Cinema, Aspirinas e Urubus” define este novo trabalho como um “filme existencialista tropical”, uma mistura de “Mônica e o Desejo” com “Albergue Espanhol”. Com Hermila Guedes.
Marcos Bernstein, “Meu Pé de Laranja Lima” Segundo longa de Bernstein na direção (a estreia foi com “O Outro Lado da Rua”). O filme é uma nova adaptação do clássico infanto-juvenil de José Mauro de Vasconcelos.
Marcos Prado, “Paraísos Artificiais” Primeiro longa de ficção do diretor de “Estamira” e produtor de “Tropa de Elite”. Filme é situado no universo da “geração ecstasy”.
Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, “Chicken with Plums” Dos diretores de “Persépolis”, com Isabella Rossellini, Mathieu Amalric e Maria de Medeiros. Não é animação.
Martin Scorsese, “Hugo Cabret” e “Living in the Material World: George Harrison” O mestre apresentará sua primeira incursão no cinema infantil e na tecnologia 3D. Em terreno mais seguro, ele tem o aguardadíssimo documentário sobre o beatle George Harrison.
Matthew Vaughn, “X-Men: First Class” Poderá Vaughn realmente injetar sangue novo na franquia?
Michael Haneke, “Amour” Primeiro filme de Haneke após a Palma de Ouro por “A Fita Branca”. O elenco reúne Isabelle Huppert, Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant.
Nanni Moretti, “We Have a Pope” O Papa no divã no novo filme de Moretti, novamente com ele no elenco.
Pedro Almodóvar, “La Piel que Habito” Tido como primeiro “filme de terror” de Almdóvar. Com Antonio Banderas, Elena Anaya e Marisa Paredes.
Philippe Claudel, “All The Suns” Segundo longa do diretor de “Há Tanto Tempo Que Te Amo”, com a eterna musa francesa Anouk Aimée.
Philippe Garrel, “Un Été Brûlant” O novo filme de Garrel estava previsto para 2010, mas ficou para este ano. Mais uma vez, com Louis Garrel no elenco.
Richard Linklater, “Bernie” Possível retorno de Linklater ao mainstream com esta comédia de humor negro. Jack Black e Matthew McConaughey no elenco.
Sarah Polley, “Take This Waltz” Segundo longa-metragem de Sarah Polley, após a bem-sucedida estreia na direção com “Longe Dela”.
Selton Mello, “O Palhaço” Segundo longa de Selton Mello na direção. Promessa de ser um road movie. Além de Mello, Paulo José no elenco principal. Os dois fazem uma dupla de palhaços.
Steven Soderbergh, “Contagion” e “Haywire” O cineasta que costumava não sair de cena, já há algum tempo não dá as caras. Ele anda falando em aposentadoria, mas já tem dois filmes praticamente prontos. E são dois thrillers de ação.
Steven Spielberg, “As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne” e “War Horse” Assim como em 2005, quando tivemos “Guerra dos Mundos” e “Munique”, e em anos anteriores (2002 com “Minority Report” e “Prenda-me Se For Capaz”, 1997 com “Amistad” e “O Mundo Perdido” e 1989 com “Indiana Jones e a Última Cruzada” e “Além da Eternidade”), 2011 promete nos trazer mais uma double feature de Spielberg.
Takeshi Kitano, “Outrage 2” Continuação do policial que fez sucesso no circuito de festivais ano passado.
Terrence Malick, “A Árvore da Vida” Infinitamente adiado desde fins de 2009, deve passar em Cannes e chegar ao circuito no final de maio, nos EUA.
Tom McCarthy, “Win Win” Terceiro longa de um ator que virou diretor e não decepcionou até agora, depois de “O Agente da Estação” e “O Visitante”. Com Paul Giamatti.
Tom Hanks, “Larry Crowne” Assim como Jodie Foster, Hanks volta à direção de um filme após 15 anos. Curioso para ver.
Tomas Alfredson, “Tinker, Tailor, Soldier, Spy” O diretor de “Deixe Ela Entrar” comanda um thriller de espionagem com grande elenco: Gary Oldman, Tom Hardy, Colin Firth, Mark Strong, Ciaran Hinds, entre outros. Baseado no livro de John le Carré. Melhor guardar as expectativas para não estragar.
Ulrich Kohler, “The Sleeping Unit” Novo trabalho do diretor de “Bangalô” (escrevi sobre este filme aqui), integrante da chamada Nova Escola Alemã.
Vicente Amorim, “Corações Sujos” Terceiro longa de Amorim após os ótimos “Caminho das Nuvens” e “Um Homem Bom”. Tal como este último, é um drama histórico a cerca da Segunda Guerra, só que agora situado no Brasil e sobre imigrantes japoneses.
Vicente Ferraz, “A Montanha” Estreia na ficção do diretor do fascinante documentário “Soy Cuba, o Mamute Siberiano”. Contará a história de quatro soldados brasileiros que se separam do grupo na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Com Daniel Oliveira e Júlio Andrade.
Walter Carvalho, “Raul – O Início, o Fim e o Meio” Na verdade, este projeto reúne duas coisas que temos todo ano no cinema brasileiro: biografia de um músico e documentário de Evaldo Mocarzel. Mas como o Walter Carvalho está junto e, afinal, é sobre o Raul Seixas, tem que estar na lista.
Walter Salles, “Pé na Estrada” Salles tentará se redimir de sua última passagem pelo cinema estrangeiro, o terrível “Água Negra”. É bem provável que ele consiga.
William Friedkin, “Killer Joe” Comédia de humor negro dirigida por um dos cineastas mais viscerais do cinema americano (quando ele quer ser, é verdade). Elenco com Emile Hirsch, Matthew McConaughey e Thomas Haden Church. Considere-me oficialmente intrigado.
Wong Kar Wai, “The Grandmasters” Kar Wai conta a história do mestre de artes marciais de Bruce Lee. Com Tony Leung e Ziyi Zhang.
Woody Allen, “Midnight in Paris” Não é um ano completo sem um filme de Woody Allen. Será esta mais uma obra-prima ou mais um trabalho mediano do cineasta?
Para mais sugestões de filmes para acompanhar durante 2011, não deixe de ler o preview do blog The Playlist, que me ajudou bastante na elaboração desta lista. Para filmes brasileiros, sempre bom consultar o Filme B.
UPDATE: O amigo Hélio Flores me lembrou de mais dois grandes cineastas que têm filmes este ano.
Roman Polanski, “God of Carnage” Inicialmente previsto para 2012. Mas como as filmagens começaram no fim de janeiro, pode ser que fique pronto ainda este ano. Elenco maravilhoso, com Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz, Matt Dillon e John C. Reilly.
Wes Craven, “Pânico 4” “Nova década, novas regras.” A tagline diz tudo.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.