Está em cartaz no Paragem Cinema, em Belo Horizonte, o documentário “Bebês”. O título é objetivo e direto, assim como o filme. O diretor francês Thomas Balmés e sua equipe filmaram o dia-a-dia de quatro bebês, em quatro países diferentes, acompanhando as crianças desde o parto até o aniversário de um ano de vida.
A interferência do diretor nas cenas é muito pouca, limitada praticamente ao enquadramento e à composição dos quadros. No mais, é o improviso e o inusitado a que aquelas crianças estão naturalmente submetidas que fazem o documentário acontecer. São as brincadeiras que levam ao sorriso ou ao choro de frustração; a curiosidade que leva às primeiras descobertas; os olhares de desconfiança sobre o mundo; os riscos que elas correm sem saber que estão correndo; as demonstrações espontâneas de carinho; enfim, os bebês do filme fazem tudo o que é necessário para prender nossa atenção: são bebês.
O documentário se destaca por não apresentar entrevistas ou narração. Praticamente não há diálogos, e o que talvez seja mais surpreendente para o público é o fato desses recursos tradicionais dos documentários não fazerem falta aqui. Os contrastes entre as formas de criação de cada criança e o choque cultural são mais que suficientes para nos fazer refletir sobre nós mesmos. Afinal, também já fomos daquele jeito, pequeninos e dependentes de amor e atenção. “Bebês” está em cartaz no Paragem Cinema.
COMEÇO VIAMUNDO:
O título do documentário “Bebês” é objetivo e direto, assim como o filme.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.