A trama lembra a de um recente romance protagonizado por Julia Roberts, chamado “Comer, Rezar e Amar”. Só que “Onde Está a Felicidade?”, assim como 90% do que se faz no cinema para grandes públicos no Brasil, deixa o drama de lado e investe naquele humor típico de seriados da Rede Globo, cheio de trocadilhos pífios e piadas sexuais – tudo escrito por Bruna Lombardi, que assume sozinha o crédito do roteiro.
E aí você começa a ver Bruna, cuja beleza parece ser invencível à passagem do tempo, se prestando a um papel cômico um tanto constrangedor, e pensa logo que “Onde Está a Felicidade?” pode não passar de um daqueles projetos de ego. O marido filmando a mulher, que queria viajar e mostrar pra todo mundo o quão belo é o interior da Espanha – e, posteriormente, sem maiores explicações, o interior do Piauí.
O passeio turístico é belo, e Riccelli ao menos mostra que sabe filmar bem, auxiliado pelo fotógrafo Marcelo Trotta. Já o filme não faz mais do que um episódio mal resolvido de “Sex and the City” não seja capaz de fazer melhor.
Editor-chefe e criador do Cinematório. Jornalista profissional, mestre em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG e crítico filiado à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Também integra a equipe de Jornalismo da Rádio Inconfidência, onde apresenta semanalmente o programa Cinefonia. Votante internacional do Globo de Ouro.