Já estamos em fevereiro e você provavelmente já fechou a sua lista de melhores filmes vistos em 2013. Mas talvez você sinta vontade de revisá-la se frequentar o Cine Humberto Mauro até o dia 15 de março.
Em cartaz na tradicional sala de cinema do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, uma seleção de filmes que não foram exibidos ou que ficaram pouco tempo em cartaz nas telas dos demais cinemas da capital mineira. A mostra se tornou evento fixo no calendário da cidade e, ao bem da verdade, a programação chega a ser superior a dos habituais festivais de filmes inéditos que BH recebe anualmente. E com os espaços alternativos ao circuitão sem perspectiva de ampliação, o cinéfilo precisa aproveitar a mostra do Humberto Mauro: não só ele terá chances de ouro de ver bons filmes numa tela grande, como também pagará apenas 5 reais pelo ingresso de cada sessão, inclusive para ver os filmes em 3D presentes na programação.
“Contos da Noite” é a animação do premiado diretor francês Michel Ocelot, de “As Aventuras de Azur e Asmar” e “Kiriku e a Feiticeira.” “Caverna dos Sonhos Esquecidos” é o documentário do mestre Werner Herzog, que explora as origens da arte na pré-história em contraponto com o avanço tecnológico. Ambos foram exibidos na mostra INDIE, então, são reprises para quem perdeu. Já “3X 3D” é o prato principal: o experimento em três dimensões feito por ninguém menos que Jean-Luc Godard e Peter Greenaway, além do diretor português Edgar Pêra, será exibido pela primeira vez em BH e é obrigatório para quem acompanhar a mostra.
Diversos filmes brasileiros também compõem a programação, sendo que a maior parte esteve em cartaz, mesmo que brevemente, no Cine 104, que já se consolidou como espaço de resistência do cinema nacional em BH. Dentre as produções selecionadas, vale pegar as sessões de “O Abismo Prateado”, de Karim Aïnouz, “O Que Se Move”, de Caetano Gotardo, “Super Nada”, de Rubens Rewald, e “Doce Amianto”, de Guto Parente e Uirá dos Reis. Quem perdeu “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, também tem uma nova chance de ver um dos melhores filmes brasileiros do ano passado.
Outros filmes obrigatórios vêm direto da Europa e também são inéditos nas telas mineiras. “Depois de Maio”, de Olivier Assayas, faz uma reflexão sobre a geração imediatamente pós-maio de 68; “Era Uma Vez na Anatólia”, de Nuri Bilge Ceylan, leva à investigação de um crime insólito nas estepes da península turca; e “O Gebo e a Sombra” é o mais recente trabalho do diretor português Manoel de Oliveira, patrimônio histórico vivo do cinema mundial.
Os dias e horários de todas as sessões da mostra você confere no site palaciodasartes.com.br. ■