MISSÃO: IMPOSSÍVEL – NAÇÃO SECRETA: With a little help from my friends

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Um dos aspectos mais interessantes da franquia “Missão: Impossível” é que cada filme é dirigido por um cineasta diferente. Esta proposta parte do próprio Tom Cruise, que também é produtor dos longas, inspirados na famosa série de TV exibida nas décadas de 60 e 70.

A mais nova aventura do agente especial Ethan Hunt é comandada por Christopher McQuarrie, com quem Cruise trabalhou em “Jack Reacher: O Último Tiro”, “Operação Valquíria” e “No Limite do Amanhã”. O roteiro também ficou a cargo dele, portanto, trata-se de um profissional de confiança do ator. Nada mais justo se levarmos em conta que um dos desafios de Hunt em “Missão: Impossível – Nação Secreta” é saber em quem ele pode confiar.



Desta vez, a agência secreta IMF é desligada pelo governo norte-americano e seus membros são integrados à CIA – a contragosto, é claro. Hunt é o mais radical e se recusa a trabalhar para os novos chefes, passando à condição de procurado. Ao mesmo tempo, ele descobre que uma outra agência secreta, criada no Reino Unido e chamada Sindicato, quer destruir o pouco que sobrou da IMF.

Sem ajuda oficial e com uma quantidade reduzida de recursos à sua disposição, resta a Hunt a amizade que formou com sua equipe ao longo dos anos em que trabalharam juntos: Benji Dunn (Simon Pegg), Luther Stickell (Ving Rhames) e William Brandt (Jeremy Renner). E numa situação em que a confiança se torna fundamental para que eles sobrevivam, o laço de lealdade entre os agentes se torna mais importante do que a parafernália tecnológica que eles costumam utilizar nas missões.

Mesmo sem abrir mão das cenas de ação alucinantes e implausíveis que se tornaram marca registrada da franquia, McQuarrie emprega ao filme o seu estilo de direção sóbrio e equilibrado que dá o tom de “À Sangue Frio” (The Way of the Gun, 2000) e “Jack Reacher: O Último Tiro”. Ele mantém a mão firme tanto nas sequências mais mirabolantes quanto nas cenas que pedem um tom mais pessoal, em que um simples olhar tem muito mais significado do que aparenta.

Na busca por essa sutileza, se destacam as boas atuações de praticamente todo o elenco, que é bastante eclético, indo desde o astro de ação personificado por Cruise, passando pelo alívio cômico na figura de Pegg e o chefe burocrata vivido por Alec Baldwin, até chegar à grande novidade, a atriz sueca Rebecca Fergusson, dona de uma beleza escandinava enigmática e estonteante.

Mesmo reciclando ideias e situações já vistas em outros filmes de ação e espionagem, inclusive dentro da própria franquia “Missão: Impossível”, “Nação Secreta” é sólido em sua proposta e mantém o padrão de qualidade construído desde o primeiro longa da série. E o flerte com os britânicos não é gratuito: Cruise parece mesmo disposto a concorrer com 007. Se um encontro entre os dois superespiões na tela é improvável, a promessa de uma boa briga pela preferência dos fãs é mais real do que nunca. ■