cinematório café #8: Os filmes que você não viu em 2016

    Renato Silveira e Kel Gomes·

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    Iniciamos 2017 lançando um olhar de volta para 2016 e os filmes que passaram batidos nas telas de cinema ou sequer chegaram lá, saindo direto em home video. Novos trabalhos de diretores premiados e/ou cultuados, elencos formidáveis, tramas instigantes… Mas não adianta: sempre haverá aqueles filmes que o circuito comercial esnobará. Mas a gente, não! Estamos aqui para resgatá-los do esquecimento e trazê-los até você. Então, aperte o play e anote as nossas indicações.

    O programa não tem spoilers. Mas para facilitar, caso você queira escutar nossos comentários apenas sobre determinado(s) filme(s), abaixo está a marcação em que cada um entra:

    0:14:01: Life – Um Retrato de James Dean (Life, 2015, dir: Anton Corbijn)

    0:34:41: Jovens, Loucos e Mais Rebeldes!! (Everybody Wants Some!!, 2016, dir.: Richard Linklater)

    0:47:42: Destino Especial (Midnight Special, 2016, dir.: Jeff Nichols)

    0:57:10: Cavaleiro de Copas (Knight of Cups, 2015, dir.: Terrence Malick)

    1:11:19: Em Busca da Justiça (Jane Got a Gun, 2016, dir.: Gavin O’Connor)

    1:22:31: Rastro de Maldade (Bone Tomahawk, 2015, dir.: S. Craig Zahler)

    1:28:29: Polícia em Poder da Máfia (Triple 9, 2016, dir.: John Hillcoat)

    1:35:12: Quando Te Conheci (Equals, 2015, dir.: Drake Doremus)

    1:42:41: White God (idem, 2014, dir.: Kornél Mundruczó)

    2:00:32: Últimas indicações (“A Academia das Musas“, “Maggie: A Transformação“, “O Que Fazemos nas Sombras“, “A Ovelha Negra“, “Demolição“, “As Montanhas Se Separam“, “Brasil S/A“)

    Ah! E se você viu algum filme que foi lançado comercialmente no Brasil em 2016, mas muita gente pode não ter nem ficando sabendo, não se acanhe e dê a dica nos comentários ao final da página, OK?

    O cinematório café é um podcast produzido e apresentado por Renato Silveira e Raquel Gomes. A cada episódio, nós propomos um debate em torno de temas relacionados ao cinema e às suas áreas correlatas, sempre em um clima de descontração, mas buscando, acima de tudo, reflexões sobre imagens que estão presentes no nosso dia a dia.

    Visite e conheça os nossos parceiros:

    Academia do Café  Coletivo Libertad

    Hyperlinks deste episódio:

    — Mais filmes lançados direto em home video no Brasil em 2016, mas que não deu tempo de comentarmos neste programa:

    Em DVD e/ou Blu-ray:

    Em streaming (Netflix, Google Play, Net Now etc.):

    — Entrevista com Marcelo Pedroso, diretor de “Brasil S/A”

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    6 Responses

    1. Inicialmente eu achei que o podcast seria sobre boas recomendações que filmes não foram lançados no cinema em 2016 e/ou que passaram despercebidos, mas com o tempo fui percebendo que existem comentários positivos e negativos. Eu assisti “Rastros de Maldade” por causa da indicação do Renato lá no Sammy e gostei bastante, adorei a mistura de western e terror. Vou dar uma atenção mais especial aos filmes do Jeff Nichols, especialmente após ter visto e gostado de “Loving”. Não sou dos mais maiores fãs do Malick, acho que todos os meus comentários sobre os filmes dele poderiam ser um “control c, control v”, acho que os elogios aos filmes dele são muito permissivos, “ah, é uma experiência”, “ah, ele não entrega as respostas”, “ah, ele convida o espectador a completar o sentido do filme”, “ah, ele é lúdico”, “ah, ele é poético”, acho muito blá-blá-blá, que só me distancia ainda mais dos filmes dele… gosto muito de “Além da Linha Vermelha” e “Um Novo Mundo”, mas “Árvore da Vida”, “Amor Pleno” e “Cavaleiro de Copas” são o mesmo filme, gosto um pouco mais apenas do primeiro, os outros dois são razoáveis. A voz do Renato ficou muito baixinha, acho que ele tava com medo de acordar os vizinhos, a da Raquel ficou melhor, lavando a louça e/ou longe do computador não dava pra ouvir o Renato… kkk. Tava muito curioso pra ver “Quando Eu Te Conheci”, mas peguei o final do comentário e já me deu uma desanimada. Ah, vocês deveriam ter falado sobre “Um Cadáver Para Sobreviver”, um dos filmes mais fantásticos lançados no final do ano passado!!!!!!! Não gostei de “Docinho da América” e “Sing Street” é mais um filme adorável do Carney!!!! Quero muito ver o filme do Linklater!!!!

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    2. Feliz ano novo queridos! Saudades desse bate-papo!
      Foi meio difícil acompanhar os filmes em 2016… apesar do sarcasmo, eu realmente não assisti a nenhum destes filmes haha.
      Mas vamos torcer para 2017 ser um ano bem produtivo na minha relação com a sétima arte (pelo menos).

      Boa semana.

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    3. Sobre o Everybody Wants Some, acho que a ênfase que ele dá é mais masculina porque ele está contando uma história do ponto de vista masculino. A visão “distorcida” das mulheres mais “fáceis” e da outra mais interessante, não necessariamente quer dizer que as mulheres devem ser classificadas dessa forma, mas que aqueles caras ali retratados tinham esse ponto de vista. O filme é extremamente “imaturo” no sentido de visão de mundo e sentido de vida e não acho que seja o pensamento do diretor, mas ele quis contar uma história focada em como eles, os personagens viam aquele mundo ali. Eu senti muita nostalgia e eu nem vivi aquela realidade e nem acho que compactue com muitos dos pontos de vista, mas entendi como um recorte de uma realidade, que não é a minha.
      Não acho que eles precisavam mostrar mais outras mulheres, porque as outras mulheres não tinham muita finalidade pra esses caras que viviam num ambiente predominantemente masculino, já que os dormitórios eram separados. E justamente a que ganha importância é a que desperta um interesse em um dos meninos, que pode ser considerado o protagonista. Não sei, posso ter tido uma ideia meio deturpada e estar conjecturando demais, mas quis deixar minha humilde opinião :)

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      1. Eu concordo com você, Markito. De fato vejo um recorte ali, é um filme narrado por um determinado ponto de vista, e não um filme mosaico, como é o “Dazed and Confused” ou um “Picardias Estudantis” ou mesmo um “American Pie”. Ainda assim, a reflexão da Raquel é pertinente porque representa uma visão atualíssima, em que não só espectadores, mas realizadores também têm trazido a questão feminina para a frente das coisas, no cinema independente e no mainstream. Tudo acaba fazendo parte do debate e me parece que precisa sempre ser levado em conta, mesmo que o Linklater não tenha tido a intenção de ser machista (na minha opinião, não foi). Grande abraço e obrigado pelo comentário. :)

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        1. Sim, Renato, também acho a reflexão da Raquel pertinente. Só acho que precisamos ter cuidado pra que alguns gêneros do cinema predominantemente apreciado mais por um nicho, seja ele determinado por gênero (homem/mulher), raça ou o que for, não precisem ser modificados das suas características inerentes para englobar os que não são “agraciados” por eles.
          Deixa eu tentar explicar com um exemplo prático: os filmes de ação dos anos 80, 90, chamados popularmente por muita gente como “filmes de porrada”, são predominantemente apreciados quase que exclusivamente por homens e o ponto de vista é masculino. Eu sou homem, mas nem curto o estilo (com exceções) e acho que o gênero é o que é. Talvez se fosse “gerado” hoje não teria aquela ênfase, mas mesmo a ênfase dá pra ser avaliada como um recorte de uma época, dá pra aprender mais sobre a sociedade ali. Então existem gêneros em que suas características já foram estabelecidos previamente, e que se alguém quer fazer um “filme de gênero” tem que atentar pra elas.
          Outro exemplo que posso pensar são as comédias românticas, prioritariamente apreciadas por mulheres, tem suas regras, suas características. Não são feitas pra homens.
          É claro que o massa do cinema é que a reinvenção é muitas vezes bem vinda e pode ser o que “salve” o filme, quando os clichês do gênero são subvertidos (vide Pânico), mas quem gosta de gêneros específicos acaba gostando tanto da reinvenção quanto da manutenção dos “cânones”.
          Não sei se falei besteira, se soei preconceituoso, não é minha intenção. A gente pode conversar mais qualquer dia tomando um café :D

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          1. Não é besteira nenhuma o que você disse! Nem achei preconceituoso. É um debate pertinente porque estamos neste momento de revisão de certas maneiras como o cinema retratou mulheres, negros, homossexuais e os próprios homens. Os filmes são reflexos de suas épocas. Acho que os “macho movies” ou “filmes de porrada” foram feitos naquele contexto e têm um direcionamento claro, mesmo caso das comédias românticas citadas por você (embora eu ache que essas nem são tão “exclusivistas” quantos “macho movies”, pois eu mesmo gosto de várias e sei que é bem mais difícil mulheres gostarem de vários filmes de ação do Stallone, do Van Damme ou do Schwarzenegger). De qualquer forma, acho fundamental esse contexto e o que há de especificidade nele, pois é o que nos permite reavaliar certos elementos. E com isso, volto ao início do debate: em um filme como “Gatinhas e Gatões”, do John Hughes, por exemplo, há um claro teor machista que na época pode ter sido amplamente tolerado, mas que hoje simplesmente não dá, nem como algo que é característica de um personagem, porque o filme não é sobre isso. No caso do “Everybody Wants Some” já vejo diferente, pois, como você bem colocou, é um filme sobre aqueles caras, sobre a visão de mundo deles. E o filme não está sendo apologético nesse sentido, pois quer que a gente conviva com aquelas pessoas e ria delas. E vejo a inserção da garota naquele universo como elemento catalisador, e não julgador. Mas é perfeitamente compreensível que o filme acabe não contemplando o público feminino por isso. E acho que é um risco que o Linklater sabe muito bem que está assumindo.

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