“O Espião que Sabia Demais” não é o típico filme de espionagem que nos acostumamos a ver nos cinemas nos últimos anos. Diferente de filmes que apostam mais na ação, como os das séries “007”, “Missão: Impossível” e “Bourne”, o longa-metragem dirigido pelo cineasta sueco Tomas Alfredson se desenvolve através da investigação de fato, o que envolve minúcias e detalhes que são mostrados pelo diretor – e percebidos pelo público – nas sutilezas das atuações do elenco.
E que grande elenco “O Espião que Sabia Demais” possui: Gary Oldman, Colin Firth, John Hurt, Tom Hardy, Toby Jones, Ciáran Hinds… Só atores de grande calibre do cinema americano e europeu, e todos estão muito bem sob o comando de Alfredson, que novamente preza por composições e enquadramentos extraordinários, assim como vimos em seu filme anterior, o cultuado “Deixa Ela Entrar”.
Baseado no livro do escritor britânico John le Carré (que já teve diversas outras obras levadas para o cinema, como “O Alfaiate do Panamá”, “O Jardineiro Fiel” e “O Homem Mais Procurado”), “O Espião que Sabia Demais” é um filme para ser apreciado com calma e atenção. O espectador tem que estar disposto a seguir o mesmo ritmo da narrativa, sabendo que se trata de uma história densa e intricada.
É também um filme frio – não que isso seja um desmerecimento. É que ele não conta com picos de tensão. Seus “capítulos”, por assim dizer, não são intercalados por cenas mais movimentadas como dita a fórmula do cinema comercial. Nem mesmo as eventuais reviravoltas ou revelações na trama surgem com estridência, como é de se esperar. Alfredson segue um tom classicista e o faz com maestria.
O filme está disponível no Brasil na Netflix e também em DVD e Blu-ray, porém, com razão de aspecto incorreta em todas as mídias.