“Som: A História que Não Vemos” é a mostra de cinema de destaque em cartaz no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de São Paulo, após terminada a temporada no Rio de Janeiro. Na capital paulista, a abertura foi ontem, dia 4 de outubro, e a programação seguirá até dia 23. A proposta é traçar um panorama da história do cinema sonoro, através de pontos cruciais dessa trajetória, mostrando a importância do som para a consolidação e evolução do cinema em si.
Historicamente, tudo começou em 1927, quando o filme “O Cantor de Jazz”, de Alan Crosland, se torna o primeiro longa-metragem comercial feito com áudio sincronizado à imagem. A chegada do som afetaria o trabalho dos atores, que agora teriam que usar suas vozes, e o modo de produção das obras — um período muito bem descrito no clássico musical “Cantando na Chuva” (1952), de Stanley Donen e Gene Kelly — gênero, aliás, criado diretamente pelo advento do som no cinema. Ambos os filmes, claro, estão na programação. Além deles, outros icônicos como “Era Uma Vez no Oeste”, de Sergio Leone, e “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick, nos quais os ruídos e as músicas são essenciais para a construção do tom da narrativa, e obras recentes, em que se percebe a evolução da tecnologia e novos modos de exploração da técnica, como “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho.
Ao todo são 20 títulos selecionados de diferentes épocas e cinematografias para a reflexão do uso do som. Também haverá dois debates com as participações do curador Bernardo Adeodato (técnico, editor de som, mixador, compositor de trilhas e professor da Escola de Cinema Darcy Ribeiro), dos cineastas Cao Guimarães e Marcelo Gomes, do técnico de som João Godoy e do professor e sound designer Eduardo Santos Mendes. A ideia é discutir o som não apenas como ferramenta, mas em suas funções estrutural, psicológica e narrativa, sendo a mostra, portanto, um evento que ajuda a preencher a lacuna de conhecimento e pouca atenção dada a esse elemento nas pesquisas da área.
PROGRAMAÇÃO
Quinta, 05/10
16h – M: O Vampiro de Düsseldorf
18h30 – Era Uma Vez no Oeste
Sexta, 06/10
17h – O Barco: Inferno em Alto Mar
20h – Entusiasmo
Sábado, 07/10
13h30 – Fantasia
16h – Cantando na chuva
18h30 – O Som ao Redor
Domingo, 08/10
13h – Wall-E
15h30 – Apocalipse Now Redux
18h30 – Persona
Segunda, 09/10
16h30 – Gravidade
18h30 – 2001: Uma Odisseia no Espaço
Quarta, 11/10
17h – Andarilho
19h – DEBATE: Bernardo Adeodato, Cao Guimarães e Marcelo Gomes
Quinta, 12/10
16h – Fantasia
18h30 – Star Wars Episódio IV: Uma nova esperança
Sexta, 13/10
16h30 – A conversação
19h – Playtime
Sábado, 14/10
13h30 – M – O Vampiro de Düsseldorf
16h – Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança
18h30 – Stalker
Domingo, 15/10
15h – Era Uma vez no Oeste
18h – Eraserhead
Segunda, 16/10
16h30 – O Cantor de Jazz
18h30 – Apocalipse Now Redux
Quarta, 18/10
18h – Gravidade (Sessão com libras e audiodescrição)
20h – Entusiasmo
Quinta, 19/10
16h30 – Sudoeste
19h – DEBATE: Bernardo Adeodato, João Godoy e Eduardo Santos Mendes
Sexta, 20/10
17h – Cantando na Chuva
19h – Persona
Sábado, 21/10
13h30 – Wall-E
16h – O Som ao Redor
18h30 – Stalker
Domingo, 22/10
16h – Eraserhead
18h – Playtime
Segunda, 23/10
15h30 – 2001: Uma odisséia no espaço
18h30 – O Barco – Inferno em alto mar
SERVIÇO
Som: a História que Não Vemos
De 4 a 23 de outubro de 2017
Entrada: R$10 (inteira), R$5 (meia)
CCBB-SP: R. Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo – SP
Mais informações aqui.
Editora, crítica de cinema e podcaster do Cinematório. Filiada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e membra do Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema. Jornalista profissional pela UFMG e com formação em Produção de Moda pela mesma instituição. É cria dos anos 90 e do interior de Minas.