Foto: Columbia Pictures/Divulgação

    Distopia adaptada: “Blade Runner 2049” :: cinematório café #44

    Renato Silveira e Kel Gomes·

    Clique para reproduzir em uma nova janela | Download

    Neste programa, nós discutimos “Blade Runner 2049” (Estados Unidos, 2017), continuação de “Blade Runner – O Caçador de Androides” (1982), por sua vez uma adaptação do livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, de Philip K. Dick.

    O filme tem direção de Dennis Villeneuve e traz Ryan Gosling no papel principal, o oficial K, um novo Blade Runner que recebe a missão de destruir evidências do passado dos replicantes, que agora são fabricados por outra empresa e em modelos obedientes. Nessa missão, o protagonista acaba indo atrás de Rick Deckard, o caçador de androides do primeiro filme, vivido por Harrison Ford, que está de volta ao papel.



    O elenco ainda traz Jared Leto, Robin Wright, Ana De Armas, Sylvia Hoeks, Mackenzie Davis e Dave Bautista. O roteiro é de Hampton Fancher (um dos escritores do filme original) e Michael Green. A fotografia é de Roger Deakins, a montagem é de Joe Walker e a trilha sonora é de Hans Zimmer.

    Para mais este café cinéfilo, nós recebemos Ana Lúcia Andrade, doutora em Cinema e professora da Escola de Belas Artes da UFMG.

    Atenção! Nossos comentários contém spoilers!

    O cinematório café é um podcast produzido e apresentado por Renato Silveira e Raquel Gomes. A cada episódio, nós propomos um debate em torno de temas relacionados ao cinema e às suas áreas correlatas, sempre em um clima de descontração, mas buscando, acima de tudo, reflexões sobre imagens que estão presentes no nosso dia a dia.

    Hyperlinks deste episódio:

    — Sobre “Blade Runner”:

    https://www.youtube.com/watch?v=Y2WbPJeJmDQ

    • Os três curtas prequels de “Blade Runner 2049”:

    • Comentários de Marden Machado sobre o filme de 1982 (Canal Cinemarden):

    — Sobre Phillip K. Dick:

    Apoio:

    Academia do Café  Coletivo Libertad

    Related Posts

    4 Responses

    1. Saudações a todos ! Ainda não assisti ao filme e vou fazer isso desvinculado do “Blade Runner – O Caçador de Androides”, pois para mim este último é como se fosse um pintura. Pode ser que haja outros quadros bons, com a mesma ou maior genialidade, mas aquele é único. Digo isso porque resgata boas lembranças ! Talvez eu seja um replicante e até hoje não saiba…kkk

      Responder

    2. Também pensei como a Raquel – pra que os novos replicantes nexus precisam de memórias para serem ”viáveis” se já são tao submissos e duram “”eternamente””? Pq o primeiro filme resolve isso no sentido de que eles vivem intensamente mas duram pouco, são angustiados com isso, e, na minha opinião, não sabemos, a partir do filme de 1982, se todos os replicantes tem memórias falsas ou apenas os que não sabem se são replicantes. Bate papo a três sensacional o de vocês, verdadeira aula, adoro. Ouvi aqui na biblioteca em Quixadá-CE, enquanto bolava um artigo aqui pra facul, hehe.

      Responder

    3. Vou tentar me ater na coisa mais relacionada ao feminismo, pq, de longe, foi o que mais me incomodou no filme:
      Quando o filme apresenta a Joi, é uma visão tão caricata que eu não podia acreditar que aquilo não era uma crítica. Mas me enganei. Vcs citaram “Ela” e saí da sessão justamente pensando nesse filme. A inteligência artificial em “Ela” começa como uma espécie de secretária, mas ela se desenvolve. Ela cresce para alem do seu “dono”. Ela é interessante, tem gostos próprios, é extremamente inteligente. Aqui, vemos uma moça que só vive em função do seu mestre. Mas o maior problema, ao meu ver, é que o cara realmente se apaixona por ela. A mensagem que fica é que a mulher apaixonável é isso: alguém que deve se anular em função do seu homem. O que há de interessante na Joi, minha gente? Até a cena da contratação da prostituta para poder por o sexo em prática é chupada de “Ela” e mais mal executada (pq dá certo no final!!!! qual o questionamento disso??). Se vai copiar, pega as coisas boas, pelo amor de Deus. Ao contrário dele, que se humaniza, ela é a cada minuto que passa, mais evidentemente um “robô”, ela só fala o que ele quer ouvir, não dá pra confiar por um minuto só que ela esteja realmente sentindo alguma coisa. E, em vez de ele perceber esse distanciamento que ela tem em relação à humanidade para a qual ele está indo ao encontro ao longo do filme, ele se apaixona por ela??? O Renato fala que a Joi é mais do que isso, mas não é o que está no filme. No filme, ela é VAZIA. Provavelmente o objetivo era trazer esse questionamento que o Renato propôs, mas a execução disso foi no caminho quase oposto e da pior forma possível.
      Vcs falaram também que esse problema meio que já existia no primeiro, mas eu discordo. A Rachel não teve tempo de tela e aprofundamento da personagem suficiente para a gente poder perceber tão claramente a casca vazia como é com a Joi. E tem o fator que eu acho importante: a Rachel existia antes do Deckard, e depois acontece de eles se apaixonarem (mas se ele se apaixona por ela só pq ela é linda e melancólica, ela se apaixona por ele pq ele É O HARRISON FORD, então vamos perdoar os amores que nascem nas aparências).
      Outro problema é a tal da filha, “a salvadora”. Por dois motivos: um que vcs falaram bastante, sobre ela ser insonsa e assexuada, e ser de fato NINGUÉM para o filme; o outro é pq ela anula qualquer dúvida sobre o K ser replicante ou não. Não deixa em aberto! Eles falam com todas as letras, nasceu uma menina, os documentos de “gêmeos” foram forjados, a memória foi implantada. FIM.
      Em compensação, eu achei a chefe dele algo sensacional. Pena o que acontece com ela depois (OBRIGADA, RAQUEL). Mas ela não é unidimensional! Ela é linda, forte, decidida e etc. MAS tb fica evidente que ela é uma pessoa sozinha e que ela gosta do K gente! Aliás, por isso q ela quebra o galho dele depois, né. ELA GOSTA DELE. E ele nem tchum, pq acha a holográfica super JOIa (haha). E o melhor, não é aquela paixão romantizada, ela não é sentimentalóide, ela não vira uma mocinha boba, mesmo se considerarmos ela ter liberado um replicante fora dos parâmetros.
      Por fim, só salientar que eu gostei do filme, apesar das críticas. Não achei longo e parado, apesar de que realmente aquela lutinha safada entre o K e o Deckard é um fiasco. Eu AMEI todo e qualquer fã service hahaha. E, diferente de vcs, curti demais o questionário dos parâmetros, mesmo não tendo entendido a lógica dele.
      E é isso! Beijos!

      Responder

    4. Acredito que a representação feminina neste e no filme de 1982, considerando o contexto do filme, é puramente de servir como um produto – os homens. Para mim, Joi são as pulsões do próprio K. Até na hora do sexo, eu vejo como uma necessidade de contato físico e “real”. Pode ser uma viagem minha, mas… Assim como a supervilã que é programada para ser aceita pelo seu criador homem “megaempresarial”. Os rebeldes replicantes são compostos imageticamente, pela maioria mulheres. Mas concordo que são falhas de roteiro e, provavelmente houve a tentativa da direção de remediar.

      Responder

    Deixe um comentário