"Roma" (2018) - Foto: Netflix/Divulgação
    Foto: Netflix/Divulgação

    Quando em “Roma” :: cinematório café #73

    Renato Silveira e Kel Gomes·

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    Nesta edição do podcast, nós comentamos “Roma” (México/EUA, 2018), de Alfonso Cuarón. Grande vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza 2018 e escolhido como melhor filme do ano por diversas publicações especializadas e associações de críticos, o longa narra o dia-a-dia da empregada doméstica Cleo (interpretada por Yalitza Aparicio), a partir de memórias do próprio Cuarón sobre sua infância no México, nos anos 1970, e o convívio com a empregada de sua família. “Roma” é uma produção da Netflix e está disponível no serviço de streaming da empresa.

    Aviso: apesar de buscarmos evitar dar spoilers, nossos comentários podem conter descrições de algumas cenas. O ideal é que você escute o podcast após assistir aos filmes da pauta.cinematório - Observando a sétima arte.

    O cinematório café é produzido e apresentado por Renato Silveira e Raquel Gomes. A cada episódio, nós propomos um debate em torno de temas relacionados ao cinema e às suas áreas correlatas, sempre em um clima de descontração e buscando refletir sobre imagens presentes no nosso dia a dia.

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    Hyperlinks deste episódio:

    — Trailer de “Roma”:

    https://www.youtube.com/watch?v=ICR6YvcyyJc

    — Entrevista com Alfonso Cuarón e Liboria “Libo” Rodríguez (Variety, em inglês)

    — Entrevista com a atriz Yalitza Aparicio, intérprete da protagonista Cleo (Variety, em inglês)

    — Crítica de Richard Brody (New Yorker, em inglês)

    — Apontamentos da diretora Gabriela Amaral Almeida sobre “Roma” (Almanaque Virtual)

    — cinematório café #66: “O Animal Cordial”: Entrevista com a diretora Gabriela Amaral Almeida

     

    Apoio:

    MUBI

    O cinematório é parceiro do MUBI, um serviço de streaming de filmes que exibe preciosidades cinematográficas realizadas no mundo todo, escolhidas a dedo por uma equipe de curadores. Faça um teste por 30 dias grátis: basta se cadastrar neste link.

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    4 Responses

    1. Saudades de comentar aqui! Mas aos poucos vou tirando o atraso…
      Realmente um homem branco, rico querer expor os sentimentos e vivência de uma mulher indígena e marginalizada é algo no mínimo presunçoso. Por melhor que sejam as intenções as contradições surgem e são inevitáveis.
      E aqui nos deparamos mais uma vez com um problema que a humanidade enfrenta há séculos. O não-acesso das minorias à arte, ao “palanque” para fazer sua história ser ouvida. Quantas diretoras indígenas são conhecidas do público hoje? Quantas indígenas estão inseridas no nosso cotidiano, seja social, acadêmica, profissional?
      Ainda temos um longo caminho a percorrer.
      Gosto bastante do filme, mesmo pelo silêncio e “distanciamento” da protagonista é difícil não sem emocionar com alguns momentos. Fotografia e direção primorosas. Atuações surpreendentes.
      Parabéns pelo debate e reflexões.
      Abraços!

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    2. Para quem gosta da arte do cinema é muito bacana repercutir um filme assistido, ler críticas, aprofundar-se nas informações oficiais dos diretores, festivais, etc.,
      contudo, eu gosto mesmo é de escutar podcast. Eu fujo de toda informação sobre o filme antes de assisti-lo. Não vejo trailer, não leio sinopse… Nada.
      Gosto muito de alguns podcasts em especial, e o Cinematório hoje é o meu preferido. E faz tempo. Desde o Cinema em Cena eu confio no Renato :).
      Bom, concordo com tudo que escuto neste podcast? Não! Não mesmo, e a opinião sobre este Roma me fez pensar sobre a importância da crítica do cinema.

      Admito que fiquei um pouco curioso, para dizer o mínimo, especialmente pelo insistente ponto de vista do Renato quando questiona a intenção de Cuarón
      em relação ao filme que ele produziu, mais especificamente quando questiona o direito que ele tem em relatar, em fazer um filme pelo ponto de vista de
      alguém que não é ele (Cuarón). A crítica negativa se acentua no fato do diretor tenta explicar os sentimentos de Cleo, baseando-se nos relatos que ele afirma
      ter colhido da babá que o cuidou quando criança. Tudo isso apesar da insistente tentativa de Raquel em contrapor a opinião de Renato com várias alternativas,
      vários contra-argumentos muito sólidos e muito bem expostos durante a duração do podcast. Mas por que a minha curiosidade, incomodação? Estaria o Renato
      insistindo numa argumentação insistentemente combatida com bons argumentos por Raquel, somente com a intenção de polemizar? De gerar uma polêmica artificial
      para atrair seguidores, ouvintes, ou até mesmo somente uma estratégia malévola para que seus seguidores venham até as redes sociais, site, etc., repercutir, escrever
      fazer comentários, com o intuito de Renato de rentabilizar o seu produto podcast? Será?

      Bom, eu escrevi desta forma, que considero até mesmo agressiva, somente com a intenção de gerar no Renato o sentimento que eu tive quando ouvi o podcast.
      Fica em paz, eu não acredito que a intenção de vocês foi de fazer uma polêmica artificial, apenas buscando um clique ou um comentário adicional. Eu sinceramente
      não acredito nisso, visto o belo trabalho que vocês realizam faz tanto tempo. O sentimento e a discussão que eu tinha a intenção de suscitar no Renato é de
      que o artista, aquela pessoa que produz, tem o direito de fazer a obra que tem em mente, e na real, é legal analisar, criticar, mas não sabemos quais
      informações o Cuarón coletou para fazer o filme. Por exemplo, Renato questionou o direito de Cuarón representar tão cruamente a dor que Cleo sentira quando
      do nascimento de seu bebê: quem garante que a babá do diretor não tenha descrito com detalhes o que ela sentiu naquele momento? O que quero dizer é que
      por vezes é injusto, visto que não temos todos os elementos possíveis para analisar, a intenção do artista, especialmente se o fazemos de uma forma negativa.

      Enfim, quando dei a entender que Renato tinha a intenção única de atrair polêmica e comentários para o podcast, eu fiz exatamente como o Renato fez quando tentou explicar
      as intenções de Cuarón…. Como eu poderia supor tal coisa, tal como Renato o faria em relação a Cuarón?

      Pessoal, gostei muito do filme, e gostei muito do podcast. Continuem com este trabalho excelente. Um abraço e que todos nós tenhamos um ótimo 2019.

      Responder

      1. Olá, Jakson! Obrigado pela audiência de sempre e pelo comentário. Creio que entendi sua comparação, embora eu deva ressaltar que, apesar dos questionamentos que fiz (e são isso, questionamentos, não afirmações), eu acho “Roma” um bom filme. Direito de fazer o filme que quiser, o Cuarón tem. Não questionei isso. A minha função é apontar o que me incomodou de acordo com o meu ponto de vista. É aquilo: quando o filme é lançado, ele não é mais do diretor: ele passa a ser meu, seu, de cada pessoa. Daí ser normal a divergência ou concordância entre interpretações. E sobre a importância da crítica, vou recorrer à Pauline Kael com sua célebre e certeira frase: “Nas artes, o crítico é a única fonte independente de informação. O resto é publicidade” (“In the arts, the critic is the only independent source of information. The rest is advertising.”). O que ecoa o que Millôr também falava: “Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.” Forte abraço!

        Responder

        1. Eu tinha entendido que você tinha gostado do filme, e eu também gostei, mas eu fiquei incomodado com a sua postura insistente em questionar a intenção do Cuarón, mesmo depois da Raquel contra-argumentar em várias de suas colocações sobre isso. Mas concordo com você sobre a afirmação de que depois do filme feito, ele passar a ser do espectador, e na real, uma obra artística só tem valor se isso acontecer mesmo, né? Se ela existir somente para ser obra, sem sensibilizar às pessoas, certamente não valerá nada. Cara, curti muito este 2018 com vocês e espero que 2019 seja massa também! Um abrax!

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