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Exibido no encerramento da Mostra Aurora, na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, “Natureza Morta” é o terceiro filme da trilogia iniciada por Ricardo Miranda (1950-2014) e agora finalizada por Clarissa Ramalho, roteirista dos dois longas anteriores, “Djalioh” (2011) e “Paixão e Virtude” (2014).
A narrativa se passa em 1888 e conta a história de Lenita (Mariana Fausto), uma jovem, criada pelo pai, de formação culta, que desconsidera a existência de um homem à sua altura intelectual. O roteiro é baseado no romance “A Carne”, de Julio Ribeiro, lançado em 1888. Expondo os conflitos internos da personagem e as convenções da época, o filme “opta por manter o anacronismo romanesco do material original, porém transferindo várias de suas inquietações para as aflições do século 21, em especial a subjetividade da mulher diante das violências e opressões de uma sociedade brasileira afundada no patriarcalismo”, aponta a curadoria.
Na entrevista, Clarissa Ramalho fala sobre assumir a direção na conclusão da trilogia e adaptar um texto do século 19 para um diálogo com problemas ainda vividos pelas mulheres dos dias atuais. A cineasta também fala sobre a integração da linguagem do filme com o teatro, a dança e as artes plásticas.
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