Faleceu hoje, segunda-feira (13/04), um dos grandes gênios da música brasileira: Moraes Moreira, aos 72 anos. Fica nossa gratidão pela sua arte, pelo seu legado, fonte inesgotável de cultura e inspiração. Deixamos aqui nossa pequena homenagem com a indicação de dois filmes para celebrar sua obra:
– “Novos Baianos F.C.” (1973)
Dirigido por Solano Ribeiro, documenta o dia-a-dia dos Novos Baianos em sua comunidade no sítio Cantinho do Vovô, no povoado Boca do Mato, estrada dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, onde nasceu o terceiro álbum do grupo, de mesmo nome do filme. São registros de música, futebol, juventude, família. Experiências de liberdade, afeto, arte e contracultura em plena ditadura militar. Disponível no YouTube.
– “Meteorango Kid, Herói Intergalático” (1969)
Direção e roteiro de André Luiz Oliveira. Eleito pela @abraccine como um dos 100 melhores filmes brasileiros, é cinema underground que tem trilha sonora de Moraes Moreira e Luiz Galvão (letrista e também um dos fundadores dos Novos Baianos). O personagem protagonista, Lula (interpretado por Antônio Luiz Martins), é um estudante universitário que vive aventuras no dia de seu aniversário, logo após o AI-5. Disponível no YouTube.
Vale mencionar que na época de lançamento da última turnê da banda,”Acabou Chorare e os Novos Baianos se Encontram”, iniciada em 2016, Moraes Moreira comentou, em entrevista à Folha: “Sinto que os Novos Baianos têm uma missão no Brasil. Aparecemos num contexto político difícil [a ditadura militar] e viemos para levantar a autoestima do povo brasileiro”, afirmou na ocasião. “Quando cantávamos ‘Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor’ [do samba ‘Brasil Pandeiro’, de Assis Valente], era para acreditar que podíamos sair daquele momento. E saímos: da ditadura para a democracia. Hoje é a mesma missão: sair dessa para uma melhor.” (Fonte: Folha de S. Paulo).
Sigamos sua missão, que é também nossa. Salve, Moraes!
Editora, crítica de cinema e podcaster do Cinematório. Filiada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e membra do Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema. Jornalista profissional pela UFMG e com formação em Produção de Moda pela mesma instituição. É cria dos anos 90 e do interior de Minas.