A Academia Brasileira de Cinema anunciou os membros da Comissão de Seleção do filme que irá concorrer a uma vaga entre os cinco indicados ao prêmio de Melhor Longa-Metragem Internacional na 93ª edição do Oscar, a ser realizada em 2021.
Entre os escolhidos estão cineastas como Laís Bodanzky (“Bicho de Sete Cabeças”, “Como Nossos Pais”), Roberto Berliner (“Nise: O Coração da Loucura”) e Viviane Ferreira (“Um Dia com Jerusa”), além dos diretores de fotografia Affonso Beato (“O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, “Tudo Sobre Minha Mãe”) e Lula Carvalho (“Tropa de Elite”, “A Festa da Menina Morta”) e o produtor Rodrigo Teixeira (“A Vida Invisível”, “Me Chame Pelo Seu Nome”). Confira a lista completa no fim da matéria.
Todos os profissionais foram indicados pela Academia Brasileira de Cinema, que este ano foi reconhecida oficialmente pela AMPAS, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, como única entidade responsável pela seleção. “A Academia Brasileira de Cinema vem estreitando ano a ano a relação com a AMPAS. Hoje, como temos cerca de 50 brasileiros membros da Academia americana, nossos laços estão mais fortalecidos e reafirmam a independência da Academia Brasileira”, disse Jorge Peregrino, diretor presidente da Academia Brasileira de Cinema.
Novas regras
A data da revelação do longa selecionado não foi divulgada, mas o regulamento do Oscar exige que a inscrição do filme seja enviada à Academia de Hollywood até 1º de dezembro de 2020.
Em decorrência da pandemia do coronavirus, a cerimônia de premisação será realizada em 25 de abril. Com isso, a premiação também tem novas datas e regras para a elegibilidade dos concorrentes. Uma das novidades é a extensão do prazo para o lançamento comercial dos filmes inscritos: 1º de outubro de 2019 a 31 de dezembro de 2020. Tradicionalmente, o prazo se encerraria em um período de 12 meses. Vale também a regra geral do Oscar para filmes já disponibilizados em plataformas de streaming: quando os cinemas reabrirem, eles terão que ser exibidos comercialmente em salas de projeção por pelo menos sete dias, a fim de se qualificarem.
O regulamento completo pode ser consultado no site oficial da Academia Brasileira de Cinema. Já as regras oficiais em inglês estão acessíveis no site do Oscar.
Jejum
Em 2020, o filme brasileiro escolhido pela Comissão de Seleção foi “A Vida Invisível”, mas o longa não foi indicado ao Oscar. O Brasil não concorre à categoria Melhor Filme Internacional (antes chamada de Melhor Filme em Língua Estrangeira) desde 1999, quando “Central do Brasil” foi indicado e Fernanda Montenegro concorreu a Melhor Atriz.
Desde então, produções brasileiras conseguiram indicações a outras estatuetas, como é o caso de “Democracia em Vertigem”, que esteve entre os indicados a Melhor Documentário este ano. Antes, em 2016, “O Menino e o Mundo” foi indicado a Melhor Longa de Animação. E no Oscar de 2004, “Cidade de Deus” concorreu a Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Fotografia.
“Bacurau” pode repetir o feito e emplacar indicações fora da categoria Melhor Filme Internacional, já que não pode mais concorrer nela. O longa foi lançado comercialmente nos Estados Unidos em março e está bem cotado por analistas da premiação.
COMISSÃO BRASILEIRA DE SELEÇÃO – OSCAR 2021
Membros titulares:
Affonso Beato – diretor de fotografia (membro da AMPAS)
Clelia Bessa – produtora
Laís Bodanzky – produtora e diretora (membro da AMPAS)
Leonardo Monteiro de Barros – produtor
Lula Carvalho – diretor de fotografia (membro da AMPAS)
Renata Magalhães – produtora
Rodrigo Teixeira – produtor (membro da AMPAS)
Roberto Berliner – produtor e diretor
Viviane Ferreira – diretora e roteirista
Membros suplentes:
Andre Ristum – diretor
Toni Venturi – diretor