Entre os dias 15 de agosto e 18 de setembro, a mostra online e gratuita Cinema, Olhares no Feminino propõe uma reflexão em torno das relações entre gêneros por meio do olhar e da expressão de diretoras mulheres. A realização é da Filmes de Quintal – associação cultural sem fins lucrativos que desenvolve ações de divulgação, pesquisa, reflexão, fomento e produção em audiovisual e antropologia – com apoio do BDMG Cultural. E a curadoria é de Júnia Torres, em colaboração com Carla Italiano.
Os filmes reunidos para a mostra abordam, de maneira sensível, temáticas como a condição feminina e a violência cotidiana contra a mulher. Na programação, cinco longa-metragens ficarão disponíveis gratuitamente por uma semana e dois curtas também serão exibidos: “KBELA” (2015), filme referencial de Yasmin Thayná, e “Os fio da vida das mulheres jaguar” (2014), dirigido pela xamã e realizadora maya Flor Medrano.
“A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral – diretora que faleceu no mês de junho, aos 88 anos – é o filme escolhido para abertura da mostra neste sábado, dia 15, em cópia restaurada e digitalizada. A narrativa, adaptação da obra homônima de Clarice Lispector, apresenta a personagem Macabéa, uma imigrante nordestina, que vive em São Paulo. Um dos mais marcantes papéis da grande Marcélia Cartaxo, que lhe rendeu, inclusive, o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim.
Destaca-se, também, a oportunidade de assistir a um filme raro da diretora peruana Heddy Honnigman: “O Amor Natural” (1997). A partir do livro “O Amor Natural”, de Carlos Drummond de Andrade, o documentário – gravado no Rio de Janeiro, cidade onde o escritor estabeleceu-se – explora o tema do amor, da sexualidade e da relação entre os gêneros na idade madura.
Os demais longas-metragens são: “Precisamos Falar do Assédio” (2016), de Paula Sacchetta, documentário com depoimentos de mulheres que já foram vítima de algum tipo de assédio; “Baronesa” (2017), de Juliana Antunes, sobre o dia a dia de duas vizinhas e amigas que moram na periferia de Belo Horizonte; e “Câmara de Espelho” (2016), de Déa Ferraz, que discute o machismo, a imagem das mulheres e as violências sofridas por elas a partir da investigação de opiniões masculinas.
Haverá ainda um encontro ao vivo entre diretoras de filmes da mostra – Déa Ferraz, Juliana Antunes e Paula Sacchetto – e a ativista Marlise Matos, referência dos movimentos feministas de Minas Gerais acessível ao público no dia 04 de setembro, às 16h. O link do debate será disponibilizado neste site.
SERVIÇO
Mostra Cinema, olhares do feminino
De 15 de agosto a 18 de setembro de 2020
Online e gratuita.
Programação completa e mais informações aqui.