De 27 de agosto a 6 de setembro, acontece o Panorama Digital do Cinema Suíço, que chega à sua 8ª edição, a primeira online devido à pandemia. O evento apresentará 14 longas-metragens e dois programas de curtas, que serão exibidos gratuitamente na plataforma Sesc Digital.
Na programação, títulos lançados entre 1969 e 2020. As ficções que serão exibidas são: “Praça Needle Baby” (Platzspitzbaby – 2020), de Pierre Monnard, “Temporada de Caça” (Jagdzeit – 2020), de Sabine Boss, “Bruno Manser – A Voz da Floresta” (Bruno Manser – Die Stimme des Regenwaldes – 2019), de Niklaus Hilber, “Aqueles que Trabalham” (Ceux qui Travaillent – 2018), de Antoine Russbach, “No Meio do Horizonte” (Le Milieu de l’horizon – 2019), de Delphine Lehericey, ”O Vento Muda” (Le Vent Tourne – 2018), de Bettina Oberli, “O Fim do Mundo” (2019), do diretor suíço-português Basil da Cunha, além dos clássicos de Alain Tanner “Charles Morto ou Vivo” (Charles mort ou vif – 1969) e “A Cidade Branca” (Dans la Ville Blanche – 1983).
Já a lista de documentários conta com cinco obras: “Meu Primo Inglês” (Mon cousin anglais – 2019), de Karim Sayad, que esteve no Brasil na última edição do Panorama para apresentar “Sobre Ovelhas e Homens”; “Um Perfume de Liberdade” (Ein Durft von Freiheit – 2020), de Ruedi Leuthold e Beat Bier, ”Madame” (2019), de Stéphane Riethauser, “Contradizer” (Contradict – 2019), de Peter Guyer e Thomas Burkhalter, e “A Jornada” (Immer & Ewig – 2018), de Fanny Bräuning.
Além disso, o festival traz 10 curtas divididos em dois programas, sendo um deles inteiramente dedicado ao público infantil.
Homenagem Alain Tanner e Bruno Ganz
Este ano, o Panorama homenageia o cineasta Alain Tanner, um dos mais importantes nomes do cinema moderno europeu que renovou a cinematografia suíça nos anos 1960. Contemporâneo dos grandes movimentos de rejuvenescimento do cinema, como o Free Cinema inglês e a Nouvelle Vague francesa, Tanner fundou, ao lado de Claude Goretta, Michel Soutter, Jean-Louis Roy e Jean-Jacques Lagrange, o Groupe 5, uma associação que tinha o objetivo de desenvolver a produção cinematográfica da Suíça.
Em 1969, estreou “Charles Morto ou Vivo”, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno. O longa-metragem que, ao lado de outros títulos, como Haschich (1968), de Michel Soutter, colocou a Suíça no mapa do cinema mundial, onda que a crítica da época batizou de “novo cinema suíço”.
Em 1983, Tanner lançou “A Cidade Branca”, que participou de importantes festivais de cinema internacional, como Cannes, Berlim, Locarno, entre outros, e faturou o Prêmio César de Melhor Filme Francófono. No longa, filmado em Lisboa, Bruno Ganz interpreta o marinheiro Paul e contracena com a atriz portuguesa Teresa Madruga.
Ganz, ator suíço que faleceu em 2019, é o outro homenageado desta edição do Panorama. Ganz trabalhou com grandes cineastas de diferentes nacionalidades, como o alemão Werner Herzog, o francês Éric Rohmer e o americano Francis Ford Coppola, além do próprio Tanner — que, aliás, dizia que nunca poderia ter feito “A Cidade Branca” se ele recusasse o papel.
Uma das personagens mais memoráveis de Ganz foi como o anjo Daniel, no clássico “Asas do Desejo” (1987), do alemão Wim Wenders. Ganz também é muito lembrado pela sua atuação como Adolf Hitler no longa “A Queda”, de Oliver Hirschbiegel (2004).
O Panorama do Cinema Suíço é uma realização do Consulado da Suíça em São Paulo e do Sesc São Paulo, em parceria com a agência de cinema SWISS FILMS.
Com informações da assessoria de imprensa do festival.