De 29 de outubro a 2 de novembro, acontece a 14ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, em edição online e gratuita, com 54 filmes nacionais e estrangeiros em pré-estreias e mostras temáticas. Além das exibições, a mostra também promove debates, painéis e rodas de conversa, oficina e masterclasses internacionais, laboratórios de roteiro, encontros de coprodução e diversas outras atividades.
A programação convida o público a pensar o mercado audiovisual a partir do que está sendo feito e do que ainda será visto nas telas. E mesmo com as dificuldades impostas pelo distanciamento social, a CineBH se reafirma como um espaço de perspectivas e possibilidades do cinema do presente e do futuro.
Temática
Este ano, a CineBH adotou a temática “Arte viva: Redes em expansão”, que dialoga diretamente com o impacto da pandemia na produção artística brasileira. Proposta pela equipe curatorial do evento, formada pelos críticos e pesquisadores Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis e Marcelo Miranda, a temática busca refletir sobre a rede de relações construída entre as artes presenciais (teatro, performance, shows) e a linguagem audiovisual, adotada por criadores e espectadores num período em que os espaços de convivência, como cinemas, casas de espetáculos e teatros, foram fechados. Para colaborar na construção dessas relações, a CineBH incorporou a pesquisadora de artes cênicas Daniele Ávila Small ao time de curadores.
Escolhido como destaque de 2020, o Pandêmica Coletivo Temporário de Criação (agremiação de artistas de várias regiões do Brasil formada em março com objetivo de promover exibições teatrais on-line durante a pandemia) reúne em seus trabalhos a essência do que será discutido ao longo da CineBH em filmes, performances audiovisuais e debates. Realizados por integrantes do Pandêmica, serão apresentados ao vivo “12 Pessoas com Raiva”, de Juracy de Oliveira, na abertura do evento (29/10); e “Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro”, de Maurício Lima, no dia 31.
Ainda na Mostra Temática, os outros trabalhos serão a performance “Canção das Filhas das Águas”, de Laís Machado; o vídeo “Navalha na Carne Negra”, de José Fernando Peixoto de Azevedo; e os curtas-metragens “Coisas Úteis e Agradáveis”, de Ricardo Alves Jr; e Germano Melo, e “República”, de Grace Passô. Todos são projetos desenvolvidos ou apresentados desde o começo da pandemia, respondendo, pelo audiovisual, como se dão outras possibilidades de representar a presença.
Filmes da Mostra Contemporânea
Na Mostra Contemporânea, a CineBH conta com 10 longas e 5 curtas-metragens brasileiros e estrangeiros. Do Brasil, vários dos títulos lidam com a história de violências que fundaram o país, seja através da reflexão proposta por um épico intimista como “Luz nos Trópicos”, de Paula Gaitán, ou por um épico de fantasia e horror como “O Cemitério das Almas Perdidas”, de Rodrigo Aragão. Outros longas da sessão: “Rodson, ou Onde o Sol não tem Dó”, de Cleyton Xavier, Clara Chroma e Orlok Sombra; “Rua Guaicurus”, de João Borges; “Entre Nós, um Segredo”, de Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté; e “Terminal Praia Grande”, de Mavi Simão
Os curtas-metragens brasileiros completam a programação nacional com trabalhos provocativos de várias situações vivenciadas ou sentidas ao longo de 2020: “Do Pó ao Pó”, de Beatriz Saldanha; “Eu Sou a Destruição”, de Eduardo Camargo; “5 Estrelas”, de Fernando Sanches; “Extratos”, de Sinai Sganzerla; e “Corpo Monumento”, de Alexandre Salomão. E os longas estrangeiros serão: “Meus Queridos Espiões”, de Vladimir Léon; “Nós, os Bárbaros”, de Juan Álvarez; “Ouvertures”, do coletivo The Living and The Dead; “Isabella”, de Matias Piñeyro.
Filmes da Mostra Diálogos Históricos
Os filmes da Mostra Diálogos Históricos apresentam três momentos distintos e significativos da produção alemã, de longa e rica tradição de obras e artistas dispostos à experimentação. Todos estarão disponíveis no site da mostra com a introdução e debate dos convidados, seguindo a estrutura das sessões presenciais. São eles: “Kuhle Wampe ou Quem é o Dono do Mundo?”(1932), de Slatan Dudow e roteiro do dramaturgo Bertold Brecht, com comentários de Eugênio Lima; “Não Reconciliados ou Só a Violência Ajuda onde a Violência Reina” (1965), de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, com a convidada Dalila Camargo Martins; e “Viver na RFA” (1990), de Harun Farocki, que será comentado por Hermano Callou.
A Sessão Welket Bungué vai apresentar ao público brasileiro os curtas-metragens desse artista singular, dos mais diferentes estilos e formatos e exemplos de uma obra audiovisual em que realização e performance se tornam aspectos indissociáveis. Bungué atuou recentemente na nova adaptação cinematográfica do romance “Berlin Alexanderplatz”, exibida no Festival de Berlim em fevereiro de 2020.
Mostra A Cidade em Movimento, Cine-Escola e Cine-Debates
A mostra A Cidade em Movimento é composta por trabalhos realizados em bairros e comunidades de Belo Horizonte e região metropolitana. A curadora Paula Kimo propõe pensar a relação entre a cidade e o sonho e qual cinema é produzido a partir disso. Ao longo de 16 trabalhos espalhados por quatro sessões, essas questões serão discutidas tanto nas exibições quanto na presença de convidados para as Rodas de Conversa.
Já nas sessões Cine-Escola e Cine-Debates, estudantes e educadores têm acesso a filmes que ficam disponíveis até 6 de novembro no site. Isso possibilita que os professores tenham mais tempo para trabalhar os títulos com os alunos. Os curtas foram especialmente selecionados e têm acompanhamento de sugestões de reflexões e atividades, que podem ser solicitadas pelo e-mail cine-escola@universoproducao.com.br. Para o longa “Meu Nome é Daniel” (faixa etária a partir de 14 anos), foi gravado um bate-papo com o diretor Daniel Gonçalves.
Filmes de abertura e encerramento
Na abertura da mostra, nesta quinta-feira, após as apresentações artísticas, o debate e a peça online, a CineBH exibirá “Coisas úteis e agradáveis”, às 22h30. O curta-metragem é uma livre adaptação do conto “As Cartas de Amabed”, de Voltaire. Foi dirigido em parceria de Ricardo Alves Jr. e Germano Melo, que também assina o roteiro e atua no filme. Já a sessão de encerramento será com o longa “Meu Nome é Bagdá”, de Caru Alves de Souza, no dia 2 de novembro, segunda-feira, às 21h30.
SERVIÇO
14ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte
Brasil Cinemundi – 11º International Coproduction Meeting
De 29 de outubro a 2 de novembro de 2020
Online e gratuita
Programação completa e mais informações aqui.
Com informações da assessoria de imprensa da Universo Produção.