“Mulher Oceano” (2020), de Djin Sganzerla - Divulgação
“Mulher Oceano” (2020), de Djin Sganzerla - Divulgação

Porto Femme: Reconhecimento de uma dinastia matriarcal brasileira

No reino do cinema de mulheres, o Brasil se sagrou o grande vencedor. “Mulher Oceano”, estreia na direção de Djin Sganzerla, foi eleito o melhor longa de ficção na competição internacional da terceira edição do Porto Femme, durante a premiação do último sábado à noite. A filha de Helena Ignez e Rogério Sganzerla, que também interpreta as duas protagonistas do filme, mandou uma mensagem de agradecimento em vídeo, claramente surpresa e emocionada, desejando longa vida ao cinema de mulheres e ao Porto Femme. O reconhecimento da produção, que terá sua estreia no Brasil na Mostra de São Paulo no fim deste mês, é especialmente significativo, numa edição que também contou com longas dirigidos por sua mãe (“Fakir”) e irmã (“A Mulher da Luz Própria”).

 



E quem acompanhou nosso diário do festival por aqui pôde ler sobre alguns dos principais filmes premiados. O myanmarense (myanmarês? Um beijo para Myanmar) “Nesta Terra Somos Temporariamente Fantasmas”, comentado no dia 2, foi eleito o melhor curta de ficção internacional. Já o excelente “O que Não Mata” foi, sem muita surpresa, o melhor documentário. E outro brasileiro, “Selma Depois da Chuva”, recebeu uma Menção Especial do júri responsável por destacar filmes que ressaltam as lutas e os direitos das mulheres.

Na competição nacional/portuguesa, “Quando For Tarde”, de Mariana Calado foi a melhor ficção; “Sentir-me”, a melhor animação; e “Parto sem Dor”, o melhor documentário. Confira a lista completa dos premiados abaixo.

(Nota do redator: se tiverem a chance, não percam “Alien”, vencedor da Menção Especial na Competição XX Element. É um excelente curta, que não comentei aqui por ter sido um dos integrantes da comissão de seleção da mostra.)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

Melhor longa de ficção – “Mulher Oceano”, de Djin Sganzerla

Melhor atriz –  Ildikó Hámori,  “The mother in Pilate”

Melhor curta de ficção –  “Nesta Terra Somos Temporariamente Fantasmas”, de Chen-Wen Lo

Menção Especial – Curta de Ficção – “Marisol”, de Zoé Salicrup

Melhor animação – “ROK”, de Malgorzata Bosek-Serafinska

Menção Especial – Animação – “Natalie D”, de Angèle Béraud

Melhor Documentário – “O Que Não Mata”, de Alexe Poukine

Menção Especial – Documentário – “The cup is already filling up”, de Debora Elgeholm

Melhor filme experimental – “The Stone Guest”, de Marina Fomenko

Menção Especial – Experimental – “Girls grow up drawing horses”, de Joanie Wind

COMPETIÇÃO NACIONAL

Melhor curta de ficção –  “Quando for tarde”, de Mariana Calado

Melhor atriz – Teresa Tavares, “Escuro”, de Leonor Alexandrino

Melhor animação – “Sentir-me”, de Débora Rodrigues, Joana Flauzino e Vanessa Santos

Melhor documentário – “Parto sem dor”, de Maria Mire

Menção Especial – Documentário – “A Janela” de Patricia Sobreiro

COMPETIÇÃO ESTUDANTES

Melhor ficção –  “XY”, de Anna Karín

Menção Especial – “Till the end of the world”, de Florence Bouvy

Melhor animação – “Synchronicity”, de Michelle Brand

Melhor documentário – “She dyes her hair pink”, de Viv Li

Menção Especial – Documentário – “I see in the dark”, de Lana Bregar

PRÊMIO DO FESTIVAL 

Melhor filme – “Inside me”, de Maria Trigo Teixeira

COMPETIÇÃO XX ELEMENT

Melhor filme –  “I am Fatou”, de Amir Ramadan

Menção Especial – “Alien”, de Jegwang Yeon

PRÊMIO LUTAS E DIREITOS DAS MULHERES

Melhor filme –  “We have a dream”, de Satoko Kojima Hoshino

Menção Especial – “Selma Depois da Chuva”, de Loli Menezes

Menção Especial –  “Reminiscence”, de César Zamudio de Souza

PRÊMIO FESTINET

Melhor filme – “Tarefas do Dia”, de Petya Zlatev

Porto Femme - 3ª Edição - Divulgação

O crítico atualmente mora em Portugal e viajou ao Porto Femme a convite do festival.