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24ª Mostra de Tiradentes reflete sobre “Vertentes da Criação”

Foto: Léo Lara/Universo Produção

Em 2021, a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes acontece entre 22 e 30 de janeiro, em formato híbrido: online, com acesso gratuito e programação pelo site oficial do evento, e também em um cine drive-in especialmente montado na cidade histórica mineira.

Com a temática “Vertentes da Criação”, o objetivo é refletir, através dos filmes e debates, sobre como realizadores audiovisuais se relacionam com a construção das imagens e sons na busca pela poética de suas obras. Proposto pelos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster, o tema central absorve os questionamentos gerados neste tempo de crise tão único da história do mundo e resgata a percepção de que, em anos recentes, vem acontecendo uma reconfiguração intelectual e empírica dos processos de produção do país.

“O convite a esse exercício de pensar os caminhos do cinema pode criar um léxico, novas palavras, acionar o campo de expressão das experiências particulares do trabalho de criação, um trabalho que não está isolado dos processos mais amplos do mundo (econômicos, técnicos, políticos), mas dele toma parte ativa com mais proximidade ou com uma calculada e necessária distância”, afirma Francis. “Não são simplesmente novos modos de produção, mas uma reconfiguração de ideias, procedimentos, motivos e anseios. É o desejo de filmar que se encontra com a necessidade de filmar”, completa Lila.

Homenagem

Paula Gaitán é a escolhida para receber a homenagem e o Troféu Barroco da 24ª Mostra de Tiradentes. Uma artista cuja trajetória se acomoda perfeitamente à temática “Vertentes da Criação” pela ousadia expressiva e variedade criativa.

De origem colombiana, ela lançou seu primeiro filme em 1989, “Uaka”, filmado no Xingu. Antes, já atuava no campo artístico como atriz, fotógrafa e diretora de arte. Foi parceira de Glauber Rocha (1939-1981) em alguns de seus trabalhos mais importantes, fazendo o cartaz de “Cabeças Cortadas” (1970), a cenografia de “A Idade da Terra” (1980), no qual também atuou diante das câmeras, e ilustrações de livros do realizador baiano.

Como diretora, Gaitán assinou filmes diversos, ora inovando nas abordagens e nas formas visuais e sonoras, como “Diário de Sintra” (2007) e “Noite” (2014), ora se aproximando intimamente de figuras importantes da criação, como “Vida” (2010), com Maria Gladys, “Agreste” (2010), com Marcélia Cartaxo, e “É Rocha e Rio, Negro Léo” (2020). Na ficção, dirigiu “Exilados do Vulcão” (2013) e “Luz nos Trópicos” (2020) — este último, premiado recentemente no 9º Olhar de Cinema.

Para celebrar sua trajetória, a Mostra promoverá um encontro virtual com a cineasta e uma Mostra Homenagem, com a exibição de oito trabalhos: os longas “Diário de Sintra”, “Exilados do Vulcão”, “Noite”, “Luz nos Trópicos”, o videoclipe “A Mulher do Fim do Mundo” (de Elza Soares) e três filmes inéditos — o curta “Ópera dos Cachorros”, o média “Se hace camino al andar” e o filme de abertura da programação da Mostra, na noite do dia 22 de janeiro, em pré-estreia mundial, que a diretora está finalizando para apresentar no evento.

Paula Gaitán. Foto: Leo Lara/Universo Produção

SERVIÇO
24ª Mostra de Cinema de Tiradentes
De 22 a 30 de janeiro de 2021
Híbrido (online e drive-in) | Gratuito
Mais informações aqui.

Com informações da assessoria de imprensa da Mostra de Tiradentes.

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