De 11 a 20 de dezembro acontece o Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo. O evento é gratuito e contempla todo o Brasil, promovendo as narrativas da atuação, realização, e produção do audiovisual negro.
Os filmes serão exibidos online, na plataforma de streaming TODESPLAY. Cada exibição ficará disponível em média entre 24h e 48h. O público poderá acompanhar a Mostra Competitiva; Mostra Entre-Mares; Mostrinha Griot; Mostra África do Sul; Panorama: Aline Motta; além das sessões de Longa de Abertura e Longa de Encerramento do evento.
Segundo a diretora artística do festival, Bea Gerolin, “o Griot se coloca como uma janela de exibição e fomento de criações que apontam para um novo imaginário sobre pessoas pretas. Além de um espaço de difusão, apostamos também em ações formativas para o fortalecimento de outras pessoas pretas nas áreas técnicas e artísticas dentro do mercado audiovisual”.
Além das sessões de filmes, o festival realiza atrações formativas como o Laboratório Griot, Oficinas de Crítica, Som e Produção para mídias digitais, debates com realizadores da Mostra Competitiva, entre outras atividades.
A programação completa está disponível no site do Griot, incluindo as atividades que acontecem simultaneamente no evento.
Conheça os filmes da Mostra Competitiva
“Fartura”, da premiada cineasta Yasmin Thayná, nos traz na tela com o recorte de imagens domésticas do momento afetivo da refeição de famílias negras cariocas sobre as suas vivências usando o símbolo do alimento. A cineasta é roteirista e diretora do premiado “Kbela” (2015) como melhor curta-metragem da Diáspora Africana da Academia Africana de Cinema em 2017.
Ainda sobre afeto, mas sobre um amor lésbico e materno, temos “À Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente”, de Bruna Barros e Bruna Castro. “Bonde”, do diretor Asaph Luccas, apresenta o refúgio na vida noturna LGBT+ do centro da cidade de São Paulo.
Alguns dos títulos da Mostra fizeram um destacado circuito internacional como “Minha História é Outra”, da produtora de audiovisual Mariana Campos, que já foi apresentado em vários festivais do mundo como o Berlin Feminist Film Week e premiado como melhor filme nacional pelo júri popular no Recifest. O filme conta a contrapartida imagética e discursiva construída sobre a subjetividade de mulheres negras lésbicas. Brenda Lígia apresenta “Contraste”, documentário premiado no Silicon Valley African Film Festival (Califórnia) e selecionado para o Zebra Poetry Film Festival em Berlim (2020).
Na temática religiosidade, a Mostra exibe filmes como “Joãozinho da Goméa – O Rei do Candomblé”, documentário sobre o babalorixá negro e homossexual icônico do candomblé dos anos 40 a 60, de Janaína Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra. “O Trauma é Brasileiro”, de Castiel Vitorino e Roger Ghill, evidencia os conhecimentos de Vitorino sobre a psicologia, a arte e a macumba.
Em discussão sobre os valores que carregam o uso das cotas raciais está o documentário-ensaio de “Àprova”, da diretora Natasha Rodrigues. Imerso no tema da desigualdade social, o diretor Matheus Moura descreve a sociedade por meio de cores em “Ditadura roxa”. Moura explora nuances e intensidades que revelam um paradoxo sobre como as diferenças atuam e seus poderes.
Em “Ensaio”, observamos um exercício realizado por Grenda Costa e Carol Souza sobre o relacionamento à distância de duas mulheres com sonhos e desejos de aproximação feito por um registro do vazio em cena. “Ser Feliz no Vão”, do diretor Lucas H. Rossi dos Santos, mostra um ensaio de negros sobre trens e ocupação de praias e lugares.
O som lembra o tom das produções de Juliano Viana com “Arcos dos Vento” e “A Sússia”, de Lucrécia Dias, a fim de construir, identificar a identidade e reconectar-se com a ancestralidade. Já a percepção da fotografia fica a cargo do diretor Maick Hannder em “Looping”, revelando o amor sendo observado por quem se é amado.
“Ma lá”, de Gabriela Freitas e George Ferreira, conta a história de uma princesa que se torna guerreira lutando pela liberdade. Enquanto que o diretor Deuilton B. Junior nos coloca no exercício de entender se vivemos uma rotina ou um eterno déjà-vu no suspense “Terceiro Andar”, que conta a história de uma jovem que tenta sair de casa, mas fica presa entre os andares de seu prédio.
Promover a existência e a construção do afeto são olhares propostos pelos diretores Gabriel Martins e Quilombo dos Marques em “Nove Águas” e Giulia Maria Reis em “Noções de Casa”.
Em “Morde & Assopra”, o diretor Stanley Albano performa mostrando a sua perspectiva diante da mansão onde o seu avô fora empregado. “A Morte Branca do Feiticeiro Negro”, de Rodrigo Ribeiro, revela um olhar não colonizado com magias e feitiços de olhos e olhares que manipulam o arquivo de modo a fazê-lo tão arquivo quanto vivo.
Experimentos do cotidiano e perspectivas de lugar e não-lugar são questões que o Matheus Assunção apresenta em “A Travessia”. Marvin Pereira nos aponta em “Marvin.gif PART II” os efeitos da colagem da tecnologia precária aos cotidianos brasileiros.
SERVIÇO
Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo
De 11 a 20 de dezembro
Filmes na Plataforma TODESPLAY
Gratuito
Com informações da assessoria de imprensa do festival.