Ícone do site cinematório

Festival Griot exibe online filmes do Cinema Negro Contemporâneo

"Bonde" (2020), de Asaph Luccas - Divulgação

"Bonde" (2020), de Asaph Luccas - Divulgação

De 11 a 20 de dezembro acontece o Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo. O evento é gratuito e contempla todo o Brasil, promovendo as narrativas da atuação, realização, e produção do audiovisual negro.

Os filmes serão exibidos online, na plataforma de streaming TODESPLAY. Cada exibição ficará disponível em média entre 24h e 48h.  O público poderá acompanhar a Mostra Competitiva; Mostra Entre-Mares; Mostrinha Griot; Mostra África do Sul; Panorama: Aline Motta; além das sessões de Longa de Abertura e Longa de Encerramento do evento.

Segundo a diretora artística do festival, Bea Gerolin, “o Griot se coloca como uma janela de exibição e fomento de criações que apontam para um novo imaginário sobre pessoas pretas. Além de um espaço de difusão, apostamos também em ações formativas para o fortalecimento de outras pessoas pretas nas áreas técnicas e artísticas dentro do mercado audiovisual”.

Além das sessões de filmes, o festival realiza atrações formativas como o Laboratório Griot, Oficinas de Crítica, Som e Produção para mídias digitais, debates com realizadores da Mostra Competitiva, entre outras atividades.

A programação completa está disponível no site do Griot, incluindo as atividades que acontecem simultaneamente no evento.

Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo - Divulgação

Conheça os filmes da Mostra Competitiva

“Fartura”, da premiada cineasta Yasmin Thayná, nos traz na tela com o recorte de imagens domésticas do momento afetivo da refeição de famílias negras cariocas sobre as suas vivências usando o símbolo do alimento. A cineasta é roteirista e diretora do premiado “Kbela” (2015) como melhor curta-metragem da Diáspora Africana da Academia Africana de Cinema em 2017.

Ainda sobre afeto, mas sobre um amor lésbico e materno, temos “À Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente”, de Bruna Barros e Bruna Castro. “Bonde”, do diretor Asaph Luccas, apresenta o refúgio na vida noturna LGBT+ do centro da cidade de São Paulo.

Alguns dos títulos da Mostra fizeram um destacado circuito internacional como “Minha História é Outra”, da produtora de audiovisual Mariana Campos, que já foi apresentado em vários festivais do mundo como o Berlin Feminist Film Week e premiado como melhor filme nacional pelo júri popular no Recifest. O filme conta a contrapartida imagética e discursiva construída sobre a subjetividade de mulheres negras lésbicas. Brenda Lígia apresenta “Contraste”, documentário premiado no Silicon Valley African Film Festival (Califórnia) e selecionado para o Zebra Poetry Film Festival em Berlim (2020).

Na temática religiosidade, a Mostra exibe filmes como “Joãozinho da Goméa – O Rei do Candomblé”, documentário sobre o babalorixá negro e homossexual icônico do candomblé dos anos 40 a 60, de Janaína Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra. “O Trauma é Brasileiro”, de Castiel Vitorino e Roger Ghill, evidencia os conhecimentos de Vitorino sobre a psicologia, a arte e a macumba.

Em discussão sobre os valores que carregam o uso das cotas raciais está o documentário-ensaio de “Àprova”, da diretora Natasha Rodrigues. Imerso no tema da desigualdade social, o diretor Matheus Moura descreve a sociedade por meio de cores em “Ditadura roxa”. Moura explora nuances e intensidades que revelam um paradoxo sobre como as diferenças atuam e seus poderes.

Em “Ensaio”, observamos um exercício realizado por Grenda Costa e Carol Souza sobre o relacionamento à distância de duas mulheres com sonhos e desejos de aproximação feito por um registro do vazio em cena. “Ser Feliz no Vão”, do diretor Lucas H. Rossi dos Santos, mostra um ensaio de negros sobre trens e ocupação de praias e lugares.

O som lembra o tom das produções de Juliano Viana com “Arcos dos Vento” e “A Sússia”, de Lucrécia Dias, a fim de construir, identificar a identidade e reconectar-se com a ancestralidade. Já a percepção da fotografia fica a cargo do diretor Maick Hannder em “Looping”, revelando o amor sendo observado por quem se é amado.

“Ma lá”, de Gabriela Freitas e George Ferreira, conta a história de uma princesa que se torna guerreira lutando pela liberdade. Enquanto que o diretor Deuilton B. Junior nos coloca no exercício de entender se vivemos uma rotina ou um eterno déjà-vu no suspense “Terceiro Andar”, que conta a história de uma jovem que tenta sair de casa, mas fica presa entre os andares de seu prédio.

Promover a existência e a construção do afeto são olhares propostos pelos diretores Gabriel Martins e Quilombo dos Marques em “Nove Águas” e Giulia Maria Reis em “Noções de Casa”.

Em “Morde & Assopra”, o diretor Stanley Albano performa mostrando a sua perspectiva diante da mansão onde o seu avô fora empregado. “A Morte Branca do Feiticeiro Negro”, de Rodrigo Ribeiro, revela um olhar não colonizado com magias e feitiços de olhos e olhares que manipulam o arquivo de modo a fazê-lo tão arquivo quanto vivo.

Experimentos do cotidiano e perspectivas de lugar e não-lugar são questões que o Matheus Assunção apresenta em “A Travessia”. Marvin Pereira nos aponta em “Marvin.gif PART II” os efeitos da colagem da tecnologia precária aos cotidianos brasileiros.

SERVIÇO
Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo
De 11 a 20 de dezembro
Filmes na Plataforma TODESPLAY
Gratuito

Com informações da assessoria de imprensa do festival.

Sair da versão mobile