Brasil | 2011 | 1h 40min
Tal como os expoentes do Cinema Novo, o pernambucano Cláudio Assis faz um cinema sem amarras, político, contestador e, principalmente, poético. Ao mesmo tempo, Assis busca em seus filmes um primor estético que muitas vezes parece contradizer seu próprio conteúdo. Sua câmera passeia sublime por enquadramentos muito bem planejados, enquanto seus personagens falam e fazem coisas sujas, até detestáveis. “Febre do Rato” é o terceiro longa de Assis e não é repulsivo como “Baixio das Bestas”, seu trabalho anterior a este. É um filme bem mais leve, na verdade, apesar de conter diversas cenas de nudez e sexo e diálogos não apropriados para menores. É um filme em que a poesia, ainda que suja, fala mais alto e chama o espectador para a tela. Não é preocupação do diretor e do roteirista Hilton Lacerda contar uma história, ainda que ela esteja lá (o confronto de um poeta contra um sistema que reprime o estilo de vida dele e de seus amigos). “Febre do Rato” se constrói em cima do discurso de seu protagonista e de seus realizadores, em fazer arte como se vive a vida, com intensidade e paixão. E isso está refletido em todos os elementos do filme, como na soberba fotografia preto e branco de Walter Carvalho e na atuação magnífica e de verdadeira entrega de Irandhir Santos. É um cinema de um desprendimento realmente singular em nossa filmografia recente. No ótimo elenco, também estão Nanda Costa, Matheus Nachtergaele, Maria Gladys, Juliano Cazarré, Ângela Leal e o cantor Johnny Hooker. A trilha sonora é assinada por Jorge Du Peixe.
Onde ver o filme “Febre do Rato” online: Netflix | Mais info: IMDb; Cinemateca Brasileira; entrevista com o diretor (Cinema Escrito)
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