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Mostra Mulheres Mágicas discute a figura da bruxa no cinema

A Máscara do Demônio (Black Sunday, 1960), de Mario Bava

Começou hoje, 9 de março, a Mostra Mulheres Mágicas – Reinvenções da Bruxa no Cinema. Em formato híbrido, ela conta com exibições presenciais no Centro Cultural Banco do Brasil de três cidades: Brasília (9 a 20 de março); São Paulo (11 a 28 de março); e Rio de Janeiro (13 de abril a 9 de maio). Além dos filmes, haverá um ciclo de debates temáticos online, no canal da mostra no YouTube, com convidadas e convidados nacionais e internacionais, e uma masterclass online, no dia 9 de abril, com a célebre feminista italiana Silvia Federici, autora dos livros “Calibã e a Bruxa”, “O Ponto Zero da Revolução” e “Mulheres e Caça às Bruxas”.

A mostra investiga como a figura da bruxa – entendida em um sentido amplo – vem sendo construída ao longo da história do cinema. Essa figura tão popular é discutida em sua complexidade, como uma via de investigação sobre as representações dos corpos e saberes femininos em imagem. Sob coordenação de Carla Italiano e Tatiana Mitre, a mostra exibe 25 filmes, sendo 13 longas e 12 curtas-metragens, de vários países, épocas e modos de realização.

A curadoria. assinada por Carla Italiano, se divide em dois eixos interligados: um de resgate histórico e o outro de propostas contemporâneas. O primeiro busca revisitar a iconografia clássica das bruxas no cinema, como nos contos de fadas, nas releituras sobre a caça às bruxas medieval ou nas mulheres monstruosas do cinema de horror. Obras como “Dias de Ira”, de Carl Theodor Dreyer, “O Reino das Fadas”, de Georges Méliès, “Suspiria”, de Dario Argento, “Temporada das Bruxas”, de George A. Romero, “O Mágico de Oz”, de Victor Fleming, e o lendário filme mudo sueco “Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos”.

“O Mágico de Oz” (1939), de Victor Fleming

Já o segundo eixo temático apresenta contrapontos de reinvenção dessa figura, com destaque para perspectivas decoloniais em filmes realizados por mulheres, às voltas com saberes ancestrais e corpos insubmissos. Deste segmento fazem parte os contos de “bruxas”, em releituras dos contos de fada tradicionais; as mulheres que se autodeclaram feiticeiras contemporâneas; e obras marcadas por sensibilidades negras afrodiaspóricas ou que trazem saberes de tradição indígena.  Entre as obras, “Covil das Bruxas”, da ucraniana Maya Deren, “Amores Divididos”, da americana Kasi Lemmons, o islandês “A Árvore de Zimbro”, que tem como protagonista a cantora Bjork, “A Bruxa do Amor”, da estadunidense Anna Biller, “A Dupla Jornada”, da brasileira Helena Solberg, “Eu Não Sou Uma Feiticeira”, da diretora do Zâmbia Rungano Nyoni, e mais.

A Árvore de Zimbro (1990), de Nietzchka Keene

A programação de debates online tem início com a Conferência de abertura “Reinvenções da Bruxa no Cinema”, neste sábado, 12 de março, às 16h, com a professora e pesquisadora da UFMG, Roberta Veiga, e as coordenadoras da mostra. Outros debates contam com as participações de Laura Cánepa, Gabriela Müller Larocca, Leonardo Amaral, Glênis Cardoso, Letícia Bispo, Milene Migliano, Yasmine Evaristo, Olinda Muniz Wanderley, entre outras. Sessões presenciais comentadas também integram o evento, além de sessões com acessibilidade e exibição online de 4 filmes gratuitos por meio do site da mostra, que, até o momento de publicação deste texto, está em construção.

 

SERVIÇO
Mostra Mulheres Mágicas – Reinvenções da Bruxa no Cinema.
CCBB Brasília | CCBB São Paulo | CCBB Rio de Janeiro
Ingressos: R$10 inteira / R$5 meia
Exibições on-line gratuitas: www.mulheresmagicas.com [em construção]
Mais informações e programação completa aqui.

 

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