Acontece neste 14 de setembro, na abertura do 2º Festival das Apanhadoras de Flores Sempre-vivas, o lançamento do documentário “Serra Nossa, Sempre Viva”.
Com duração de 37 minutos, o filme destaca o trabalho das comunidades tradicionais apanhadoras de flores sempre-vivas, nas campinas da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. As belas flores fazem parte de um ciclo que vem atravessando gerações nas cidades de Diamantina, Presidente Kubitschek e Buenópolis. Suas comunidades são reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), desde 2020, como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial, título concedido pela primeira vez ao Brasil.
O documentário aborda três pontos muito importantes para as comunidades apanhadoras de sempre-vivas: a relação delas com o território onde vivem e a Serra do Espinhaço; a luta pela regularização fundiária das comunidades, que estão sendo proibidas de praticar sua atividade tradicional e sustentável por causa da criação de Unidades de Conservação (UCs) no local; e a construção dos Protocolos de Consulta Prévia, Livre e Informada, um direito previsto pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que visa garantir às comunidades tradicionais a consulta sobre qualquer modificação que afete suas vidas ou seu território.
“Nossas comunidades sempre viveram na invisibilidade. Produzir um documentário que conta um pouco da história e da luta de um povo é dar visibilidade a ele, e visibilidade é a garantia da continuação do seu modo de vida tradicional”, comenta Tatinha Alves, apanhadora de flores sempre-vivas e coordenadora técnica da Codecex (Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas).
O 2º Festival das Apanhadoras de Flores Sempre-vivas é um evento que tem o intuito de valorizar a identidade e o modo de vida dessas comunidades. A programação pode ser acompanhada nos dias 14 e 15 de setembro, no Mercado Velho, no centro histórico de Diamantina.
O lançamento de “Serra Nossa, Sempre Viva” será realizado hoje, às 17h30, com entrada gratuita. Após a estreia no festival, o filme ficará disponível no canal da Terra de Direitos no YouTube.