Dezesseis longas metragens compõem a programação da 8ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, que acontecerá este ano entre os dias 14 e 18 de dezembro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. As sessões têm entrada gratuita, com retirada de ingresso uma hora antes do início.
“Vladivostok” (2021) é o filme de abertura do evento. Dirigido por Anton Bormatov e com roteiro e produção executiva de Karen Shakhnazarov, diretor geral do estúdio, o longa é um thriller dramático e extremamente contemporâneo.
“Vladivostok” é o mais recente lançamento do Mosfilm, o maior estúdio da Rússia e um dos maiores da Europa. Durante seus 98 anos de existência, o Mosfilm produziu mais de 2.500 longas-metragens, entre eles filmes de diretores que contribuíram para a criação da história do cinema mundial, como Serguei Eisenstein, Vsevolod Pudovkin, Ivan Pyriev, Mikhail Kalatozov, Andrei Tarkovsky e muitos outros.
Duas datas importantíssimas para a cultura e o cinema mundiais serão celebradas na programação da 8ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo: o aniversário de 200 anos do grande escritor Fyodor Dostoievski, um dos maiores romancistas e pensadores da história da literatura, e os 100 anos do premiado diretor e roteirista Yuri Ozerov, realizador de mais de 20 filmes, entre documentários e longas-metragens.
“O Idiota”, dirigido pelo consagrado Ivan Pyryev e lançado em 1958, é baseado na primeira parte do romance de Dostoievski, e destaca-se pela fidelidade ao texto original e pela atuação de Yuri Yakovlev, ator que ganhou destaque internacional justamente por conta da repercussão do filme.
De Yuri Ozerov, está na programação a série “Libertação”, composta por cinco filmes. Recentemente restaurado pelo Estúdio Mosfilm em 4K, o épico é considerado uma referência entre os filmes de guerra, e é uma coprodução da União Soviética com Itália, Alemanha Oriental, Iugoslávia e Polônia.
Ozerov concebeu “Libertação” entre 1967 e 1971, retratando os momentos mais importantes da Segunda Guerra Mundial: a batalha de Kursk, a travessia do Dnieper, a libertação de Kiev, a conferência de Teerã, as intensas batalhas por Berlim e a tomada do Reichstag, a rendição da Alemanha nazista e a conferência dos chefes da coalizão anti-Hitler em Yalta.
O ator e diretor Vladimir Menshov, famoso por sua representação do homem comum russo e da vida da classe trabalhadora em seus longas, também será homenageado na programação, com exibições de dois filmes: a comédia romântica “Amor e Pombos” (1984), um dos filmes mais queridos de todos os tempos pelo povo russo, e o drama “Moscou Não Acredita em Lágrimas” (1979), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1981. Menshov faleceu em julho de 2021, aos 81 anos, por complicações ocasionadas pela Covid-19.
No sábado, 17 de dezembro, às 15h, a mostra faz uma exibição especial do filme “Rua Mercantil Nº 3” (1927), do diretor Abraham Room, considerado uma das obras-primas do cinema silencioso soviético. O longa será exibido com trilha sonora composta e executada ao vivo pela pianista Dudah Lopes.
Completam a programação: “Uma Banda Divertida” (1934), de Grigory Aleksandrov, com música de Isaac Dunaevsky; “Ilia Muromets” (1956), do mestre da fantasia e dos efeitos especiais Aleksandr Ptushko; “Andrei Rublev” (1966), de Andrei Tarkovsky; “Os Ciganos Vão Para o Céu” (1976), de Emil Loteanu, recentemente restaurado em 4K; o drama autobiográfico “Os Órfãos” (1977), de Nikolai Gubenko; e “Enfermaria Nº 6” (2009), de Karen Shakhnazarov, com roteiro baseado no romance de Anton Chekhov.
A Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo é uma realização do Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES), em parceria com a Cinemateca Brasileira e a Embaixada da Rússia no Brasil. Dos 16 filmes da programação deste ano, nove estão em 4K, sendo oito recentemente restaurados, além do lançamento “Vladivostok” (2021).
Exposição e gastronomia
Além da programação de filmes, dos dias 14 a 18 de dezembro estará em cartaz, no foyer da sala Grande Otelo, na Cinemateca, a exposição “As Matryoskhas”, de Nadia Ramirez Starikoff.
Filha de mãe russa, a artista tem sua trajetória marcada pela migração. Inspiradas nas bonecas de origem russa, as obras retratam as origens ancestrais, a materialidade do corpo, as conexões com o outro, as relações com o ambiente e, por fim, a relação com o universo em sua mais infinita amplitude.
E o público que comparecer à mostra no sábado, 17 de dezembro, poderá conhecer um pedacinho da tradicional Feira do Leste Europeu. Com barracas de comidas, bebidas e artesanato típicos da região, a Feira do Leste Europeu acontece mensalmente na Vila Zelina, bairro que concentra o maior número de imigrantes de países do Leste Europeu em São Paulo.
O horário de funcionamento da feira na Cinemateca será das 13h às 21h.
Com informações da assessoria de imprensa da Cinemateca Brasileira.