"Sega" (2018), de Idil Ibrahim - Divulgação
"Sega" (2018), de Idil Ibrahim - Divulgação

BH recebe duas mostras que refletem olhares de cinemas negros

cinemas negros

Belo Horizonte recebe duas mostras que propõem diálogos entre narrativas da diáspora africana e o olhar do cinema para as mulheres negras.

De 14 a 16 de abril, o 1º Ciclo de Cinema e Narrativas da Diáspora Negra acontece no Cine Santa Tereza. Com curadoria de Tatiana Carvalho Costa e Janaína Oliveira, a programação é formada por curtas-metragens nacionais e internacionais, com sessões comentadas e uma masterclass.



A curadora Tatiana Carvalho Costa afirma que a proposta do evento está relacionada a uma discussão internacional sobre a presença e a vigorosa produção do cinema negro no Brasil e nos países da diáspora negra. “A ideia é entender o que a pensadora Maria Beatriz Nascimento alcunha como transatlanticidade. Para a partir disso, discutir a produção de imagem e som — matérias primas do cinema — a invenção de presença, afirmação da identidade. Além de uma resistência, que ainda se faz necessária, e a proposição de vida e humanidade negras”, explica.

A sessão de abertura “Ecoando Frequências: Cinemas Negros e Diásporas” acontece na sexta-feira, 14, às 19h, com a exibição de curtas-metragens, entre nacionais e internacionais. Já no dia 15, às 17h, será apresentada a sessão Retrospectiva da multiartista Aline Motta — que no mesmo dia traz a performance “A Água é uma Máquina do Tempo” e lança o livro de mesmo título.

"Drylongso" (1998), de Cauleen Smith - Divulgação
“Drylongso” (1998), de Cauleen Smith – Divulgação

Mulheres Negras e o Cinema

Na sequência, entre os dias 17 e 22 de abril, é a vez do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, receber a mostra “Mulheres Negras e o Cinema: conhecer o presente e inventar o futuro”.

A programação é toda formada por curtas e longas dirigidos por mulheres negras. A curadoria de Kariny Martins e Layla Braz  propõe uma investigação acerca do olhar do cinema para mulheres negras, suas construções estéticas e as invenções dessas mulheres sobre si.

Layla explica que a discussão da mostra foi construída pensando nas subjetividades e invenções das mulheres negras: “Uma das questões que, Kariny e eu, destacamos foi a construção estética como, por exemplo,  a forma como câmera se propõe a olhar para estas mulheres e abordar suas diferentes características”, pontua.

A mostra também conta com sessões comentadas, mesa-redonda, oficina de roteiro e homenagem à documentarista, pesquisadora e professora Lilian Solá Santiago. Em parceria com a Fundação Clóvis Salgado, no dia 19, 21h, será exibido o filme “Família Alcântara” (2005), no qual Lilian dialoga com memória, identidade e gênero.

Tanto o Cine Santa Tereza quanto o Cine Humberto Mauro têm entrada gratuita, mediante retirada de ingresso 30 minutos antes de cada sessão. Para mais informações, clique aqui.

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