cinemas negros
Belo Horizonte recebe duas mostras que propõem diálogos entre narrativas da diáspora africana e o olhar do cinema para as mulheres negras.
De 14 a 16 de abril, o 1º Ciclo de Cinema e Narrativas da Diáspora Negra acontece no Cine Santa Tereza. Com curadoria de Tatiana Carvalho Costa e Janaína Oliveira, a programação é formada por curtas-metragens nacionais e internacionais, com sessões comentadas e uma masterclass.
A curadora Tatiana Carvalho Costa afirma que a proposta do evento está relacionada a uma discussão internacional sobre a presença e a vigorosa produção do cinema negro no Brasil e nos países da diáspora negra. “A ideia é entender o que a pensadora Maria Beatriz Nascimento alcunha como transatlanticidade. Para a partir disso, discutir a produção de imagem e som — matérias primas do cinema — a invenção de presença, afirmação da identidade. Além de uma resistência, que ainda se faz necessária, e a proposição de vida e humanidade negras”, explica.
A sessão de abertura “Ecoando Frequências: Cinemas Negros e Diásporas” acontece na sexta-feira, 14, às 19h, com a exibição de curtas-metragens, entre nacionais e internacionais. Já no dia 15, às 17h, será apresentada a sessão Retrospectiva da multiartista Aline Motta — que no mesmo dia traz a performance “A Água é uma Máquina do Tempo” e lança o livro de mesmo título.
Mulheres Negras e o Cinema
Na sequência, entre os dias 17 e 22 de abril, é a vez do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, receber a mostra “Mulheres Negras e o Cinema: conhecer o presente e inventar o futuro”.
A programação é toda formada por curtas e longas dirigidos por mulheres negras. A curadoria de Kariny Martins e Layla Braz propõe uma investigação acerca do olhar do cinema para mulheres negras, suas construções estéticas e as invenções dessas mulheres sobre si.
Layla explica que a discussão da mostra foi construída pensando nas subjetividades e invenções das mulheres negras: “Uma das questões que, Kariny e eu, destacamos foi a construção estética como, por exemplo, a forma como câmera se propõe a olhar para estas mulheres e abordar suas diferentes características”, pontua.
A mostra também conta com sessões comentadas, mesa-redonda, oficina de roteiro e homenagem à documentarista, pesquisadora e professora Lilian Solá Santiago. Em parceria com a Fundação Clóvis Salgado, no dia 19, 21h, será exibido o filme “Família Alcântara” (2005), no qual Lilian dialoga com memória, identidade e gênero.
Tanto o Cine Santa Tereza quanto o Cine Humberto Mauro têm entrada gratuita, mediante retirada de ingresso 30 minutos antes de cada sessão. Para mais informações, clique aqui.
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