“Mad Max: Estrada da Fúria” faz jus ao título. O filme é praticamente uma grande cena de perseguição de carros que vai ficando cada vez mais insana e, sim, furiosa. Seguindo o exemplo dos filmes anteriores da franquia, este quarto longa funciona isoladamente e não é obrigatório que o público tenha assistido a todos para entender a história, que é bastante simples.
Tudo começa com a captura de Max por um grupo de desajustados que o levam para uma cidadela controlada por bárbaros, no deserto australiano pós-apocalíptico. Lá, as mulheres são mantidas em cativeiro e têm o único papel de reproduzir e alimentar. A imperatriz Furiosa, interpretada por Charlize Theron, organiza uma fuga e Max decide ajudar as prisioneiras.
Um dos aspectos mais interessantes do filme é como as mulheres são personagens fortes. Nesse sentido, “Estrada da Fúria” serve quase como um manifesto feminista dentro de uma indústria cinematográfica dominada por homens, em todos os aspectos.
Vale ponderar, no entanto, que o diretor e roteirista George Miller não soa panfletário em nenhum momento. Ele dá às mulheres do filme uma personalidade natural dentro do contexto em que elas vivem. Ao mesmo tempo, Max não serve como o herói do dia. Ele é um ajudante, mais do que um protagonista, e isso não o faz perder suas peculiaridades. Tom Hardy encarna o mesmo tipo de “lobo solitário” que nós conhecemos na pele de Mel Gibson nos filmes anteriores da série: um cowboy errático montado em um cavalo movido a óleo e graxa.
“Estrada da Fúria” também se destaca por aquilo que a franquia sempre teve de melhor: as cenas de ação alucinantes. Esqueça “Velozes e Furiosos”, “Vingadores”, “Transformers” etc. Miller não faz concessões e coloca na tela sequências viscerais de lutas e perseguições em alta velocidade, com direito a malabarismos incríveis dos dublês. É a perfeita expressão visual de um rock pesado: um filme vibrante, cheio de energia, que faz você ficar sentado na beira da poltrona a cada vez que pisa no acelerador. ■